Jorge Glas: "Não encontrarão nenhuma prova que me vincule em nenhum ato de corrupção" (Daniel Tapia/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 21h49.
Quito - O procurador-geral do Equador, Carlos Baca, disse que pedirá para investigar o vice-presidente do país, Jorge Glas, em um processo penal por corrupção relacionado com um suposto pagamento de propina pela Odebrecht.
Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, Baca afirmou que pedira à Corte Nacional de Justiça que "assinale o dia e a hora para uma audiência de vinculação contra Glas", argumentando que tal solicitação se sustenta com os elementos da investigação fiscal por delito de associação ilícita.
Glas, do partido do governo Alianza País e que insistentemente nega qualquer participação na rede de corrupção do caso Odebrecht no Equador, disse que o pedido judicial lhe dará oportunidade de se defender.
"Não tenho absolutamente nada a esconder... Não encontrarão nenhuma prova que me vincule em nenhum ato de corrupção", destacou.
O Alianza País conta com 75 dos 137 congressistas que formam o órgão legislativo e sua votação será decisiva para permitir ou negar uma investigação contra Glas.
O processo de investigação judicial se cumpre para apurar uma trama de associação ilícita da Odebrecht, que reconheceu ter dado ao menos US$ 33,5 milhões a funcionários públicos para obter acesso a obras estatais.
A trama de corrupção da Odebrecht provocou, em junho, a renúncia do controlador geral do Equador, Carlos Pólit, investigado pela Procuradoria, enquanto o ex-ministro de Energia, Alecksey Mosquera, que é tio do vice-presidente Glas, e ex-gerentes da empresa estatal Petroecuador estão detidos.
A Procuradoria também investiga cerca de 30 contratos da Odebrecht com o Estado equatoriano firmados entre 1980 e 2015, a fim de verificar as condições em que eles foram implementados.
O governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) implementou projetos de cerca de US$ 1,6 bilhão com a Odebrecht.
Fonte: Associated Press.