Sigmar Gabriel: a Europa deve manter as portas abertas para negociações com Moscou (Fabrizio Bensch/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2014 às 13h37.
Berlim - O vice-chanceler da Alemanha, Sigmar Gabriel, criticou os oligarcas russos que vivem na Europa por apoiar o suposto suporte que a Rússia dá aos rebeldes no leste da Ucrânia. "Devemos mostrar para esses bilionários que não há lugar na Europa para eles, se apoiarem um governo que permite que a violência continue de forma tão impiedosa com esses separatistas insanos obviamente dispostos a derrubar um avião de passageiros", disse. Ele defendeu que os oligarcas russos deveriam ser suas contas congeladas não só em bancos públicos russos, mas também em bancos sediados na União Europeia.
Os comentários antecedem a divulgação de rígidas sanções contra vários setores da economia russa, previstas para serem impostas esta semana. O ocidente acredita que Moscou não está fazendo o suficiente para promover um processo de paz na Ucrânia.
Na sexta-feira, os Estados Unidos repetiu acusações de que os russos abasteceram os separatistas ucranianos com armas, incluindo armas antiaéreas como o sistema SA-11, o qual, acredita-se teria derrubado o avião da Malaysia Arlines em 17 de julho. A Rússia nega apoio aos rebeldes.
Gabriel disse que a Europa, entretanto, que a Europa deve manter as portas abertas para negociações com Moscou, posição que a Alemanha defende há meses. Perguntado sobre os planos da União Europeia de banir o comércio de armas em contratos futuros com a Rússia, Gabriel criticou a decisão, assim como a França e o Reino Unido, que pretendem continuar vendendo armas para a Rússia apesar do presente conflito.
"Acredito ser impensável, algo difícil de compreender que seja aplicável somente ao futuro", destacou. Segundo ele, a União Europeia deveria ter sido melhor orientada a ajudar companhias e compensá-las por qualquer perda ao invés de permitir que continuem exportando armas.
O governo da França pretende entregar o primeiro de dois navios porta helicópteros da classe Mistral para a Rússia apesar das críticas dos Estados Unidos e de outros aliados europeus. Paris opôs-se a qualquer medida que pudesse dificultar a entrega do primeiro navio para a Rússia em outubro.
Não está claro se a França irá cumprir o contrato total de US$ 1,6 bilhão, assinado em 2011, para fornecer à Rússia os dois navios da classe Mistral. O segundo está previsto para ser entregue ao final de 2015.