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Viagem de Kim à Singapura domina imprensa estatal norte-coreana

Essa é maior viagem de Kim Jong-un conhecida pela população norte-coreana desde que ele assumiu o poder em 2011

A cúpula entre Kim e Trump foi transmitida com uma velocidade incomum no país, uma vez que a imprensa estatal demora para divulgar informações (Kevin Lim/The Straits Times/Reuters)

A cúpula entre Kim e Trump foi transmitida com uma velocidade incomum no país, uma vez que a imprensa estatal demora para divulgar informações (Kevin Lim/The Straits Times/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de junho de 2018 às 10h50.

Seul - Apenas horas depois de Kim Jong Un finalizar um tour noturno pelos principais pontos turísticos de Singapura na segunda-feira, o jornal norte-coreano Rodong Sinmun encheu sua primeira página com fotos do reservado líder.

O jornal oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia estampou 14 fotografias, cobrindo mais da metade de sua primeira página na edição de terça-feira, mostrando Kim caminhando de maneira jovial com autoridades da cidade-Estado em um jardim tropical e à beira de uma piscina com borda infinita.

A velocidade da cobertura no Rodong Sinmun e em outros veículos de imprensa estatal é incomum em um país onde eventos são reportados um dia inteiro, ou mais, depois de terem acontecido.

O tom divertido da cobertura também contrasta com a maneira mais sóbria com a qual a mídia estatal norte-coreana normalmente cobriria uma viagem oficial.

O fato do isolado país ter sido aceito no cenário mundial parece refletir uma nova confiança entre autoridades do país. Essa é mais longa viagem feita conhecidamente por Kim desde que assumiu o poder em 2011, e o primeiro encontro na história entre um presidente norte-americano e um líder norte-coreano.

Apesar de toda a pompa e circunstância, os norte-coreanos não estão confiantes de que melhoras nas relações entre o país e os Estados Unidos irão durar muito tempo e garantir uma economia melhor, dizem desertores do país socialista.

"Eles não estavam tão empolgado com a conferência. A Coreia do Norte já recebeu arroz e medicamentos dos Estados Unidos antes, mas isso não chegou às pessoas comuns", disse Park Hyun-sook, um desertor que conversou com dois parentes no norte por telefone no último sábado.

"Sob as sanções, nós descobrimos uma maneira de viver sozinhos. Mesmo sob qualquer relação melhorada com os Estados Unidos, isso continuaria igual", disse Park à Reuters. Park costumava contrabandear bens norte-coreanos até a China para viver próximo à fronteira.

Muitos norte-coreanos ainda estão cheios de desconfianças profundas em relação a Trump, já chamado pela imprensa estatal de "velho lunático", disse o Daily NK, um website noticioso comandado por desertores norte-coreanos que mantêm contatos com fontes no Norte.

A imprensa estatal norte-coreana trouxe um grande número de repórteres e cinegrafistas para Singapura para a viagem de Kim. As equipes oficiais do país têm acesso a vários locais que são negados à imprensa de outros países.

Para viagens anteriores de Kim até a China, a imprensa estatal havia reportado as visitas depois do retorno do líder a Pyongyang. No caso da cúpula entre as Coreias --que começou na manhã do dia 27 de abril-- a cobertura foi atrasada para a manhã do dia seguinte.

Além das fotos de Kim passeando pela cidade na terça-feira, imagens de paisagens do hotel Marina Bay Sands e uma fotografia aérea tirada a partir do deck de observação do hotel também foram publicadas.

Segundo a rede KCNA Kim teria dito na visita à cidade que "Singapura é limpa e linda e todo edifício é estiloso como ele havia ouvido no passado, acrescentando que ele vai aprender muito do bom conhecimento e da experiência de Singapura em vários setores no futuro".

A emissora oficial eting Central Coreana de Televisão continuava em branco, escolhendo não quebrar sua agenda regular de transmissão, que normalmente começa cinco horas depois.

 

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