Venezuela: Guaidó participou de uma manifestação nesta terça-feira contra o bloqueio da ajuda humanitária (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 08h46.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 09h45.
O opositor Juan Guiadó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, desatando uma rede de acontecimentos que mudaram o panorama da crise política do país petroleiro.
Guaidó, líder do Parlamento de maioria opositora, é reconhecido por meia centena de países.
Seguem os fatos mais relevantes desde então:
23 de janeiro: diante de uma multidão de seguidores, Guaidó se autoproclamou presidente encarregado, depois que o Congresso declarou Maduro um "usurpador" por iniciar em 10 de janeiro um segundo mandato não reconhecido pela oposição e vários governos, que consideraram sua reeleição "fraudulenta".
Maduro rompe relações diplomáticas com os Estados Unidos, depois que o presidente Donald Trump reconheceu Guaidó imediatamente. A Washington seguem Brasil, Canadá, Colômbia e outros países latino-americanos. Rússia, China, Cuba, México, Nicarágua e Turquia apoiam Maduro.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de linha governista, ordena uma investigação penal contra o Legislativo por usurpar as funções de Maduro.
24 de janeiro: o Exército renova seu apoio a Maduro. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, denuncia um "golpe de Estado" em marcha incentivado por Washington.
25 de janeiro: Maduro diz que está disposto a encontrar Guaidó, que assegura que não se prestará a um "falso diálogo".
26 de janeiro: no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos chama todos os países do mundo a apoiar Guaidó. Rússia e China bloqueiam um projeto americano em apoio ao Parlamento opositor.
O adido militar da Venezuela em Washington, coronel José Luis Silva, não reconhece Maduro como presidente legítimo e pede que os militares apoiem Guaidó.
Os defensores do opositor distribuem o texto de uma lei de anistia para funcionários civis e militares que não reconhecerem Maduro, que pede ao Exército "máxima união" e "disciplina".
28 de janeiro: os Estados Unidos exorta os militares a aceitarem a saída pacífica de Maduro, sanciona a petroleira estatal PDVSA e dá a Guaidó o controle dos ativos e contas venezuelanas neste país.
29 de janeiro: a Corte Suprema venezuelana proíbe Guaidó de sair do país e congela seus contas, ao ser investigado por "usurpar" as funções de Maduro. Washington adverte de qualquer "dano" ao líder opositor.
31 de janeiro: o Parlamento Europeu reconhece Guaidó.
1º de fevereiro: os Estados Unidos reitera que "todas as opções estão sobre a mesa" para restaurar a "democracia" na Venezuela.
O Departamento do Tesouro anuncia que as entidades estrangeiras que comercializem com a PDVSA devem deixar de usar o sistema financeiro americano antes de 28 de abril.
2 de fevereiro: milhares de opositores e governistas tomam as ruas de Caracas. O general da aviação Francisco Yáñez não reconhece Maduro, o militar de mais alta patente em fazê-lo.
4 de fevereiro: cerca de 20 países europeus, liderados por Espanha e França, reconhecem oficialmente Guaidó como "presidente encarregado", após expirar um ultimato a Maduro para que convocasse eleições presidenciais "livres".
5 de fevereiro: Militares venezuelanos bloqueiam a ponte fronteiriça colombo-venezuelana Tienditas, com dois contêineres de carga e um caminhão-cisterna.
6 de fevereiro: John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional de Trump, anuncia que Washington eximiria de sanções os militares venezuelanos que reconheçam a Guaidó.
7 de fevereiro: uma carga de remédios e alimentos enviado por Estados Unidos chega à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira. Maduro acusa Washington de usar uma "crise humanitária inexistente" como "desculpa" para justificar uma eventual invasão militar.
Um grupo de países europeus e latino-americanos, reunido em Montevidéu, convoca eleições livres como saída pacífica à crise, o que é rechaçado por Maduro.
8 de fevereiro: Maduro anuncia que não permitirá o "show" da "falsa" ajuda humanitária. Em entrevista à AFP, Guaidó advertiu que fará "o necessário" para "salvar vidas", sem descartar a intervenção de uma força estrangeira.
12 de fevereiro: Ante uma maré de seguidores, Guaidó anuncia que en 23 de fevereiro entrará a ajuda humanitária.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, adverte por telefone ao seu contraparte americano, Mike Pompeo, contra o "uso da força" na Venezuela.