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Venezuela repudia relatório da ONU sobre direitos humanos no país

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusa o relatório de "incorrer de maneira consciente, em afirmações infundadas e tendenciosas"

Venezuela: o órgão afirma que o documento divulga fatos falsos sobre a realidade do país (Bobby Yip/Reuters)

Venezuela: o órgão afirma que o documento divulga fatos falsos sobre a realidade do país (Bobby Yip/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 21h57.

Caracas - O governo da Venezuela repudiou nesta quinta-feira o relatório do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos que acusa as autoridades do país de maus-tratos sistemáticos e generalizados contra manifestantes e de ter realizado prisões arbitrárias nos últimos meses.

Através de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusa o relatório de "incorrer de maneira consciente, em afirmações infundadas e tendenciosas".

Além disso, o órgão afirma que o documento divulga fatos falsos sobre a realidade do país.

"O Escritório do Alto Comissariado está sendo instrumentado com fins políticos para agredir a Venezuela, um penoso costume durante os últimos tempos", acusou a nota.

"A utilização de falsas notícias difundidas por inescrupulosos veículos de comunicação, sem comprovação alguma, e o uso de padrões duplos em matérias de direitos humanos novamente expressam uma posição parcial, vergonhosa e violadora da soberania da Venezuela e do direito internacional", indicou o governo de Nicolás Maduro.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos apresentou um relatório preliminar que afirma que houve um "padrão claro" de uso excessivo da força contra os manifestantes da oposição, que iniciaram uma série de protestos em abril.

A Chancelaria venezuelana classificou como "repudiável" que o órgão da ONU "insista em enganar abertamente a comunidade internacional sobre os fatos de violência cometidos por um setor da oposição desde abril do atual ano".

O governo de Maduro critica, além disso, que o órgão da ONU tem sido omisso em relação aos "documentos fidedignos e esclarecedores" que a Venezuela forneceu sobre o caso.

Na nota, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela afirma que a violência dos últimos quatro meses, que já deixou 120 pessoas mortas, é responsabilidade dos líderes opositores na "organização, promoção e financiamento de atos violentos".

"É mais grave ainda que (o órgão) não expresse nenhuma solidariedade com as vítimas dessa estratégia política violenta e criminosa, cujo único objetivo é derrubar o governo", diz a nota.

"As espúrias conclusões da autodenominada 'equipe de especialistas da ONU' avalizada pelo Alto Comissariado lesaram seriamente a probidade, a imparcialidade, a equidade, a honradez e a boa fé que deve haver na atuação de tal órgão", indicou o governo venezuelano no comunicado.

A Venezuela reafirmou que não reconhece o relatório e garante que iniciará as gestões diplomáticas necessárias para denunciar essa "nova agressão" contra o país.

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