Nicolas Maduro: se está "substituindo a soberania popular, pondo em risco a constituição e a democracia", afirma o governo da Venezuela (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2016 às 18h43.
A Venezuela expressou nesta quinta-feira seu "repúdio categórico" ao que considera um "golpe de Estado parlamentar no Brasil que, mediante farsas jurídicas das cúpulas oligárquicas e forças imperiais, pretendem derrubar a presidenta, Dilma Rousseff", segundo um comunicado do Ministério de Relações Exteriores.
O governo do presidente chavista Nicolás Maduro, aliado político de Dilma, afirmou que se está "substituindo a soberania popular, pondo em risco a constituição e a democracia".
Maduro e o seu antecessor Hugo Chávez (1999-2013) estabeleceram amplos laços comerciais e políticos com os governos de Dilma e do ex-presidente Lula.
Para a chancelaria venezuelana, o afastamento da presidente brasileira do seu cargo é "um ataque motivado pela vingança daqueles que perderam as eleições e são incapazes de chegar ao poder político por outra via que não a força".
O comunicado acrescenta que Dilma conta com "o acervo moral, a dignidade e a histórica capacidade de luta" para ser "garantia para a democracia, as conquistas sociais do povo brasileiro e a unidade 'nuestroamericana'".
Afirma, ainda, que o suposto golpe contra Dilma foi planejado desde que ela chegou ao poder, com ações como "a sabotagem, a desinformação e a mentira", que incluíram "o extremo de pretender impedir a realização de eventos esportivos de grande transcendência mundial no Brasil, com o propósito de desprestigiar o governo e suas autoridades".
A Venezuela faz também um chamado "aos povos do mundo" a se prepararem para "a defesa da democracia, da presidenta Dilma Rousseff e dos processos de unidade e integração entre nossos países".
Após a decisão do Senado brasileiro desta quinta-feira de afastá-la do poder, Dilma voltou a denunciar um "golpe" e urgiu aos seus apoiadores que vão as ruas para resistir.