Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: declarações de Obama são uma "nova e grosseira ingerência nos assuntos internos" da nação, diz governo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 14h45.
Caracas - O governo da Venezuela criticou nesta quinta-feira as declarações do presidente americano, Barack Obama, sobre a situação que o país atravessa, argumentando que elas representam uma "nova e grosseira ingerência nos assuntos internos" da nação.
"O governo da República Bolivariana da Venezuela repudia taxativamente as declarações emitidas (...) pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama", disse a chancelaria em comunicado oficial.
Segundo a nota, as declarações feitas ontem por Obama são baseadas em "informação falsa e afirmações sem fundamento". A chancelaria lamentou que o governo dos EUA sigam "agredindo um país livre e soberano da América Latina e Caribenha, cujas políticas (...) são o resultado da vontade popular expressada democraticamente".
Além disso, o comunicado acusou os Estados Unidos de financiarem, encorajarem e defenderem "os dirigentes opositores que promovem a violência". O texto disse ainda que o governo venezuelano seguirá "tomando as ações necessárias para impedir que agentes americanos busquem implementar a violência e a desestabilização".
Obama condenou ontem no México, onde estava em visita oficial, a violência na Venezuela e pediu que governo de Nicolás Maduro cumpra com as "exigências legítimas" de seu povo, ao invés de desviar a atenção expulsando diplomatas americanos com "falsas acusações".
O presidente pediu que o governo venezuelano liberte os manifestantes que foram detidos nos protestos opositores e realize um "diálogo verdadeiro".
O governo venezuelano responsabilizou os EUA pela violência que manchou as manifestações pacíficas na Venezuela e no domingo anunciou a expulsão do país dos diplomatas americanos Breeann Marie McCusker, Jeffrey Gordon Elsen e Kristofer Lee Clark.
Os protestos contra o governo se sucedem na Venezuela desde 12 de fevereiro, quando uma marcha convocada por estudantes e opositores terminou em violência, o que Maduro atribuiu a um plano da oposição para tirá-lo do poder com a anuência dos Estados Unidos.
O chanceler da Venezuela, Elias Jaua, acusou "funcionários de diferentes níveis" dos Estados Unidos de promover grupos violentos e de dar lhes apoio financeiro através de "organizações de fachada".