Mais Médicos: cerca de 11 mil médicos do programa deixaram o Brasil (Fernando Medina/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 10h56.
Caracas - A Venezuela irá receber 2 mil médicos cubanos que deixaram o Brasil após disputa entre a ilha comunista e o presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro disse que cerca de 11 mil médicos estavam sendo submetidos a “trabalho escravo” e exigiu que o governo cubano, que fica com 75 por cento de seus salários, permitisse que os funcionários recebessem o valor integral e fossem acompanhados por suas famílias no Brasil.
Cuba se recusou a cumprir as exigências e retirou os médicos do Brasil.
“Na próxima semana, vamos ter um evento especial que celebra a chegada de 2 mil novos médicos de família que Cuba vai nos enviar. Eles estão vindo do Brasil”, disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em discurso televisionado.
“O fascismo brasileiro encerrou o projeto de saúde e os 2 mil médicos estão vindo para a Venezuela”, disse.
Clínicas administradas por médicos cubanos foram um programa marcante do ex-líder socialista venezuelano Hugo Chávez, que desfrutou de amplos recursos de petróleo durante seus 14 anos no comando da Venezuela, encerrados em 2013 por um câncer. A Venezuela pagava pelos serviços médicos com remessas de petróleo.
Maduro, que tem vivido um colapso da antes crescente economia da Venezuela, tem enfrentado queixas de decadência do sistema de saúde do país e de abandono das unidades antes administradas por médicos cubanos. O presidente venezuelano não deu detalhes sobre como o país pagará pelos serviços.