Nicolás Maduro: presidente havia fechado fronteiras no início deste ano (Miraflores Palace/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de maio de 2019 às 13h02.
Última atualização em 10 de maio de 2019 às 14h57.
Caracas - O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira a reabertura da fronteira com o Brasil e das comunicações marítimas e aéreas com Aruba, depois de mais de dois meses de fechamento, informou o vice-presidente para a Área Econômica do país sul-americano, Tareck El Aissami.
"Ficam restabelecidas outra vez as fronteiras com Brasil e Aruba, mas não com os demais países que têm fronteira com nosso território, até que cessem as posturas de hostilidade, assédio, facilitação a grupos paramilitares (...) para agredir nosso povo", disse Aissami em entrevista coletiva.
A Venezuela mantinha fechadas todas as fronteiras desde o fim de fevereiro, quando o líder opositor Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (parlamento), tentou entrar com ajuda humanitária que estava armazenada no Brasil e na Colômbia, e nas ilhas de Curaçao, Aruba e Bonaire.
O governo de Nicolás Maduro considerou naquele momento que a entrada dessas doações feitas por Estados Unidos e outros países facilitariam uma "invasão" estrangeira e, em consequência, ordenou o bloqueio das fronteiras.
Aissami, que estava ao lado do chanceler Jorge Arreaza, disse que, depois do ocorrido em fevereiro, o governo Maduro recebeu "o compromisso de respeito, de solidariedade, de trabalho mútuo com as autoridades da ilha de Aruba" e "não com as demais autoridades" dos outros países vizinhos.
Nesse sentido, o vice-presidente da Área Econômica afirmou que já ordenou ao governador do estado litorâneo de Falcón (noroeste), o chavista Victor Clark, para "iniciar as comissões de trabalho para que se restabeleçam gradualmente todas as vias de comunicação, comércio e intercâmbio com Aruba".
Antes de cessar as comunicações aéreas com a ilha, havia "48 voos semanais" entre Venezuela e Aruba, acrescentou Aissami, que também manifestou a intenção de chegar "novamente a esse número e, inclusive, superá-lo".
Além disso, o vice-presidente se referiu ao restabelecimento das relações comerciais com o Brasil e disse que o intercâmbio de bens e serviços será retomado com Roraima, "que também depende (...) do serviço elétrico" venezuelano.
Aissami também aproveitou para estender a mão aos países da região para que haja um "diálogo sincero".
"Não nos metemos nos assuntos de outros países, mas exigimos que deixem o povo venezuelano quieto. Nossos problemas resolveremos nós mesmos, como disse o presidente Maduro", frisou.