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Venezuela: presidente do Parlamento diz que observadores internacionais "nunca mais" voltam ao país

Representantes do Centro Carter apresentaram atas na OEA que comprovam vitória da oposição e derrota de Maduro em 28 de juho

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, em 3 de outubro de 2024 em Caracas (AFP)

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, em 3 de outubro de 2024 em Caracas (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 07h51.

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O presidente do Parlamento da Venezuela, o dirigente chavista Jorge Rodríguez, disse, nesta quinta-feira, 3, que expressou à representante do Centro Carter durante as últimas eleições o seu desejo de que esta organização - que mostrou supostas atas de votação na OEA - "nunca mais" volte ao país.

Jennie Lincoln, chefe da missão de observação desta organização durante as eleições de 28 de julho, apresentou ontem, perante o plenário da Organização dos Estados Americanos (OEA), "atas originais" da apuração, das quais a oposição garante ter 87% do total e que comprovam sua vitória nas presidenciais.

"As mesmas atas 'chimbas' [falsas], 'balurdas' [toscas] que já desmontamos, que já destruímos, de [a líder opositora] María Corina Machado, agora estão sendo mostradas pela funcionária da USAID", disse Rodríguez em referência a Lincoln, que ele já relacionou no passado com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

O parlamentar lembrou que, dois dias depois da eleição, enviou uma mensagem a Lincoln, que estava lhe pedindo uma reunião: "nota-se o compromisso que vocês têm com a direita venezuelana e a desestabilização", leu Rodríguez de seu celular. "Jamais os recebi, por isso jamais os receberei porque sabia para que estavam vindo".

"'Espero que nunca mais pisem em nosso país', essa foi minha resposta ao Centro Carter em 30 de julho e a subscrevo plenamente no dia de hoje", acrescentou Rodríguez, que dirigiu a campanha de reeleição do presidente Nicolás Maduro.

O Centro Carter afirmou que o processo eleitoral de 28 de julho, no qual Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos, "não pode ser considerado democrático".

A oposição liderada por Corina Machado sustenta que seu candidato Edmundo González Urrutia, agora exilado na Espanha, venceu com 67% dos votos, e publicou em um site atas de votação similares às que Lincoln apresentou na OEA.

Os dados "demonstram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro conseguiu 31%", mas "a responsabilidade" de proclamar esse resultado recai sobre a autoridade eleitoral, disse Lincoln na OEA na quarta-feira.

Os Estados Unidos, a União Europeia e a maior parte dos países de América Latina não reconheceram a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos e pediram reiteradamente a publicação da apuração detalhada.

A questionada reeleição de Maduro provocou protestos no país sul-americano que tiveram como saldo 27 mortos - dois deles militares -, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

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