Evo Morales acena ao embarcar em avião presidencial boliviano após passar horas retido no aeroporto de Viena, na Áustria (REUTERS/Heinz-Peter Bader)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 20h25.
Caracas - A Venezuela ordenou nesta sexta-feira o retorno de seus embaixadores na Espanha, França, Itália e Portugal após aceitar as desculpas dadas por esses países ao boliviano Evo Morales por terem proibido que o avião dele sobrevoasse seus territórios diante de suspeitas de que estava transportando o ex-agente de inteligência Edward Snowden.
Morales aceitou a explicação desses países europeus, colocando ponto final à crise diplomática entre a América Latina e o velho continente pelo incidente ocorrido no início do mês e que fez com que vários líderes sul-americanos chamassem seus diplomatas para consultas.
"A Venezuela ficou ciente da decisão da Bolívia, que aceitou as palavras de desculpa dos governos europeus diante da inaceitável, inadmissível e violadora ação do dia 2 de junho de 2013 e ordenou o regresso de seus embaixadores na Espanha, França, Itália e Portugal", disse o governo venezuelano em comunicado.
O avião que levava Morales de volta à Bolívia, vindo de uma conferência de energia na Rússia, foi obrigado a pousar em Viena, na Áustria. Após várias horas na capital austríaca, recebeu autorização para recomeçar sua viagem a La Paz.
O tratamento ao líder boliviano, um forte crítico de Washington, fez seus colegas na região a qualificar o episódio como uma afronta a toda a América Latina e a acusar a Casa Branca de estar por trás do incidente.
Após o impasse, a Bolívia e seus aliados de esquerda Venezuela e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, de 30 anos, que está retido na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, desde meados de junho.
Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional, é procurado pelos Estados Unidos por ter revelado documentos secretos sobre vários programas de espionagem de seu país.