Venezuela: Militares entraram em conflito com população de cidade fronteiriça com o Brasil (Ricardo Moraes/Reuters)
EFE
Publicado em 2 de março de 2019 às 17h27.
Caracas - Organizações de direitos humanos informaram neste sábado que uma pessoa ferida durante os protestos da última semana na fronteira entre Venezuela e Brasil não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
O Foro Penal Venezuelano, associação de advogados que lidera a defesa de pessoas consideradas como "presos políticos" pelo regime de Nicolás Maduro, informou hoje que o indígena Rolando García morreu neste sábado após passar uma semana no hospital.
"Rolando é o sexto morto por tiros recebidos entre 22 e 23 de fevereiro. É o quarto indígena", afirmou no Twitter o diretor do Foro Penal Venezuelano, Alfredo Romero.
#2Marzo 1:30PM A las 10:07AM del día de hoy murió el ciudadano venezolano indígena de la etnia #Pemón y guía del Tepuy Roraima #RolandoGarcía Rolando sería el 6to fallecido por impactos de bala recibidos entre #22F y #23F . Es el 4 indígena #Pemón asesinado desde el #22Feb pic.twitter.com/0L67pzLAf5
— Alfredo Romero (@alfredoromero) March 2, 2019
O Programa Venezuelano de Educação-Acação em Direitos Humanos (Provea) explicou que a vítima, que trabalhava como guia turístico no sul da Venezuela, morreu em Boa Vista, no estado de Roraima, onde recebia atendimento médico desde os confrontos do último sábado.
"Rolando tinha sido ferido por soldados da Força Armada Nacional Bolivariano, responsáveis por um massacre", disse a organização.
O Provea afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, são os responsáveis por liderar um massacre na fronteira com o Brasil, que terminou com seis mortos, quatro deles indígenas, e mais de 50 baleados.
Os soldados leais a Maduro responderam com violência à tentativa da oposição de tentar levar ajuda humanitária ao país, requisitada pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
Até o momento, o governo da Venezuela não se pronunciou sobre o número de mortos ou feridos na região da fronteira com Roraima.