Caracas: manifestantes de oposição ao governo de Nicolás Maduro protestam contra Constituinte (Andres Martinez Casare/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 26 de julho de 2017 às 06h53.
Última atualização em 26 de julho de 2017 às 08h07.
Uma nova greve geral está marcada na Venezuela e, diferentemente da paralisação da semana passada, que durou 24 horas, a que se inicia nesta quarta-feira vai se estender por dois dias. A oposição ao governo de Nicolás Maduro quer aumentar a pressão para conseguir barrar a realização da votação marcada para o próximo dia 30 de julho, com a intenção de eleger uma nova Assembleia Constituinte para reescrever as leis do país.
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O passo do governo é visto como um ato antidemocrático para que Nicolás Maduro consiga permanecer no poder. Na segunda-feira, o chanceler venezuelano Samuel Moncada, chegou a acusar a CIA, a Colômbia e o México de estarem armando um complô para interferir no país e chegou a afirmar que “tomaria decisões de caráter político e diplomático diante esta ousadia”, em vídeo publicado no Twitter. Na terça-feira, o governo colombiano negou qualquer tipo de ingerência nas questões nacionais da Venezuela.
Na última sexta-feira, a Assembleia Nacional venezuelana — que é de maioria opositora — nomeou 33 novos magistrados para compor o Tribunal Supremo de Justiça, mas três deles já foram presos por Maduro, que prometeu prender “um a um”. Os demais juristas pediram proteção ao Vaticano, às Nações Unidas e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização de Estados Americanos.
O Brasil, até aqui, mistura indiferença com apoio ao lado errado da história. O governo, que assumiu a presidência do Mercosul, não faz pressão pela suspensão da Venezuela do bloco. Na quarta-feira passada, PT, PC do B e PDT subscreveram um documento de defesa ao presidente Nicolás Maduro e apoio à reforma na Constituição em nome do “triunfo das forças revolucionárias na Venezuela”. Desde que Maduro anunciou a intenção de formar uma Constituinte, em abril, mais de cem pessoas morreram em protestos contra o governo no país. Apesar da forte repressão, a oposição deve permanecer nas ruas até o próximo domingo, para quando estão marcadas as eleições.