Chávez, principal aliado de Kadafi na América Latina, defendeu o ex-líder líbio desde o início das revoltas (Leo Ramírez/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 23h30.
Caracas - A próxima eleição presidencial na Venezuela foi marcada para 7 de outubro de 2012, quando Hugo Chávez pretende obter um novo mandato e consolidar a sua "revolução" socialista no país, maior exportador de petróleo da América do Sul.
O anúncio da data serve como tiro de partida do que deve ser uma acirrada disputa entre Chávez, que atualmente se submete a um tratamento contra o câncer, e um candidato único da oposição, a ser escolhido numa primária em fevereiro. O jovial governador estadual Henrique Capriles Radonski é visto como o favorito nessa disputa preliminar.
Chávez, de 57 anos, domina a política venezuelana desde 1999, e disse na terça-feira que pretende concorrer a pelo menos mais dois mandatos de seis anos até 2025.
"7 de Outubro de 2012: teu destino está escrito! Outra Vitória Revolucionária escreveremos em tua página! Viveremos e Venceremos!", disse o presidente em sua conta no Twitter.
Já a oposição manteve para 12 de fevereiro a celebração de primárias inéditas nas quais vai eleger o candidato que enfrentará Chávez --os jovens governadores de Miranda, Henrique Capriles Radonski, e de Zulia, Pablo Pérez, são os favoritos.
"Vamos ganhar as eleições (...) A manipulação feita com esta data indica que também há a certeza de que vai haver uma mudança de governo", disse Ramón Aveledo, porta-voz da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em entrevista coletiva.
Marcando a data da eleição para outubro -- e encerrando assim meses de especulações --, haverá bastante tempo para a campanha. Além disso, Chávez terá também um longo período para se recuperar. Ele foi operado em junho e inicia neste mês a quarta fase da quimioterapia contra um câncer de natureza não revelada.
Boris Segura, economista-sênior da Nomura International Securities em Nova York, disse que as autoridades foram sensatas na escolha da data, apesar de a Venezuela geralmente realizar eleições só em dezembro.
"Essa é uma notícia muito construtiva, pois dá à oposição tempo suficiente para fazer a campanha depois de escolher seu candidato em fevereiro", disse.
Líderes oposicionistas temiam que a eleição ocorresse ainda antes, e se disseram satisfeitos. "As eleições em outubro de 2012 nos permitirão uma campanha longa e confortável", disse o dirigente político Henrique Ramos a jornalistas.
Eleições parlamentares no ano passado mostraram a Venezuela profundamente dividida entre chavistas e antichavistas. Analistas dizem que até um terço dos venezuelanos continuam indeciso para o pleito presidencial, o que significa que a campanha será crucial e potencialmente feroz.