Presidente venezuelano Nicolás Maduro durante evento em Caracas (Palácio Miraflores/Divulgação/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2015 às 18h57.
Caracas - A Venezuela mandou nesta segunda-feira a embaixada dos Estados Unidos em Caracas reduzir o número de funcionários de 100 para 17, em meio a uma nova disputa diplomática entre o governo socialista venezuelano e seu adversário ideológico do norte.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que assim como o antecessor Hugo Chávez frequentemente tem discussões com Washington, renovou acusações nas últimas semanas de que os Estados Unidos tentam derrubá-lo do poder.
"Eles têm 15 dias para reduzir o tamanho da embaixada para 17 funcionários", disse a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, após encontro com o encarregado de negócios norte-americano Lee McClenny, o principal diplomata dos EUA na Venezuela.
Maduro disse no passado que 100 funcionários trabalham na embaixada, um prédio imponente localizado sobre um morro de Caracas. A Venezuela tem 17 funcionários em Washington, de acordo com Maduro, que diz que as embaixadas devem ser equivalentes.
No fim de semana, ele anunciou que seu governo deteve cidadãos norte-americanos, incluindo um piloto, por suspeita de espionagem. A identidade do piloto permanece em sigilo.
Quatro missionários norte-americanos detidos para interrogatório por vários dias foram soltos.
Diplomatas norte-americanos não puderam dar mais informações sobre o piloto, ou sobre os outros cidadãos detidos.
Washington nega repetidamente qualquer envolvimento em questões internas da Venezuela, e o Departamento de Estado dos EUA disse nesta segunda-feira que o país está preocupado com as notícias sobre as prisões.
"Tem havido muita retórica antiamericana vinda do governo venezuelano com várias acusações infundadas", disse a porta-voz do Departamento de Estado Marie Harf.
Oponentes de Maduro dizem que as acusações sobre intervenção dos EUA são uma cortina de fumaça com o objetivo de desviar a atenção de uma recessão profunda, escassez de produtos básicos de papel higiênico a remédios, e da inflação mais alta da região.