Venezuela: Arreaza afirmou que a oposição não pode dialogar com o governo porque não tem autorização dos EUA (Miraflores Palace/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de maio de 2019 às 11h27.
Última atualização em 7 de maio de 2019 às 12h48.
A Venezuela está "pronta" para resistir no caso de um ataque militar dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira em Moscou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.
"Estamos preparados para qualquer cenário, o primeiro é o da diplomacia, do diálogo, da paz, nossas mãos estão estendidas para que possamos conversar com todos", disse Arreaza, no dia seguinte a uma reunião com seu colega russo, Serguei Lavrov.
Mas se os Estados Unidos "optarem pela via militar, temos uma Força Armada, um povo, uma milícia nacional, que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de vencer e derrotar qualquer exército, por mais poderoso que seja no mundo", acrescentou o ministro venezuelano. Se essa hipótese ocorrer, "estaremos prontos", insistiu.
"Dialoguemos!", prosseguiu Arreaza enfaticamente.
"A oposição não pode falar conosco porque não tem a permissão dos Estados Unidos. É hora da diplomacia", acrescentou.
Arreaza disse que na Venezuela há "uma disputa histórica sobre o controle de sua riqueza, o produto das receitas do petróleo, da riqueza mineral e da energia" do país.
"Os Estados Unidos pretendem dominar, ter controle absoluto" das riquezas venezuelanas, afirmou.
Os Estados Unidos decidiram "colapsar a economia e começaram a aprofundar as sanções", denunciou o chanceler venezuelano. É "um bloqueio criminoso unilateral", insistiu.
Autoridades norte-americanas lançaram uma campanha na semana passada para aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o presidente Donald Trump está disposto, se necessário, a intervir militarmente na Venezuela.
No domingo, Serguei Lavrov pediu aos Estados Unidos e a seus aliados que "abandonem seus planos irresponsáveis e atuem exclusivamente no âmbito do direito internacional".
Arreaza também disse na segunda-feira que Caracas estava desenvolvendo "alternativas para os sistemas de câmbio financeiro" com seus aliados russos e chineses para contornar o bloqueio dos EUA. Nesse sentido, o chanceler disse que uma delegação venezuelana estará presente no fórum econômico de São Petersburgo em junho, mencionando uma possível participação de Maduro.