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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, encerrou nesta quinta-feira o programa de racionamento de energia elétrica, sinalizando o fim de uma crise energética que durou meses e levou o país, rico em petróleo, a uma recessão ainda maior. "Nós estamos agora saindo da nossa dieta de eletricidade", disse Chávez na televisão nacional.
O presidente havia declarado uma "emergência de eletricidade" no começo do ano, quando a crescente demanda por energia superou o fornecimento, forçando o governo a tomar medidas drásticas. Apagões em rodízio foram determinados em várias partes do país e empresas e fábricas tiveram que cortar o consumo normal em 20% ou mais. Shopping centers foram orientados a abrir mais tarde e fechar mais cedo.
O governo tem afirmado veementemente que os problemas de energia foram ocasionados por uma seca que deixou as usinas hidrelétricas, que respondem por dois terços da energia consumida na Venezuela, incapazes de operar em capacidade máxima. Críticos do governo afirmam que a escassez resultou de anos de falta de investimentos no setor, que foi estatizado em 2007.
Para resolver o problema da energia, o governo agiu rapidamente nos últimos meses para comprar novas usinas termelétricas, que utilizam melhor as fontes de petróleo e gás do país do que as hidrelétricas. O governo acrescentou mais de 1,1 gigawatt de capacidade instalada à rede nacional até agora, elevando a capacidade total para mais de 25 gigawatts.
Sob as ordens de Chávez, o governo também começou a bombardear nuvens com produtos químicos, na tentativa de provocar chuva. A estação das chuvas chegou um pouco mais cedo do que o esperado este ano e Chávez disse isso resultou, em parte, do programa de "cultivo" de nuvens.
O PIB da Venezuela, que encolheu 3,3% em 2009, retrocedeu 5,8% no primeiro trimestre deste ano e economistas dizem que a crise de energia teve um papel importante na queda da atividade econômica. A economia deve encolher de novo no ano de 2010. As informações são da Dow Jones.