Venezuela: tanto o governo quanto a oposição intensificaram os pedidos para que as manifestações sejam realizadas sem o uso de violência (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 16h17.
Caracas - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, disse nesta segunda-feira que 13 pessoas morreram durante os protestos que se repetem no país desde 12 de fevereiro contra o governo de Nicolás Maduro.
"Até agora temos 13 pessoas falecidas em todo o país: seis em Caracas, três em Carabobo, uma em Sucre, uma em Lara, uma em Táchira e uma em Mérida", informou em entrevista coletiva.
Sobre duas das três mortes registradas em Caracas no final de uma concentração opositora em 12 de fevereiro na sede da Procuradoria Geral, ela afirmou que "tem muita clareza de como ocorreram os fatos", e que há três agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) detidos.
Desta maneira, Luisa confirmou a informação dada na última sexta-feira por Maduro, que disse ter funcionários públicos detidos e sendo investigados pelas mortes do dia 12.
A procuradora-geral destacou a morte de um homem identificado como Elvis Rafael Durán de La Rosa. Ela qualificou como uma "ação terrorista", ao explicar que morreu decapitado por um fio de arame colocado em uma rua para impedir a passagem.
Nesse sentido, criticou que os protestos violentos, e informou que durante as manifestações 12 pessoas foram achadas com armas de fogo e várias com armas brancas e artefatos explosivos, como coquetéis molotov.
"Quem leva arma de fogo para a manifestação não tem intenções pacíficas", destacou.
O número de pessoas que permanecem detidas por causa dos incidentes subiu para 45, das quais nove são funcionários públicos. Já a quantidade de feridos desde o início dos protestos já chega a 149.
Na entrevista coletiva, Luisa negou que a Venezuela esteja violando os direitos humanos, e sustentou que a Procuradoria recebeu 13 denúncias por "violação de direitos fundamentais" com relação aos protestos.
Ela afirmou que se trata de uma "minoria de pessoas" que vem praticando "ações violentas" no que qualificou como "uma campanha internacional de descrédito contra o Estado venezuelano".
Tanto o governo quanto a oposição intensificaram os pedidos para que as manifestações sejam realizadas sem o uso de violência.