O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúne com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à margem da cúpula do BRICS em Kazan, em 23 de outubro de 2024 (Alexander NEMENOV/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 24 de outubro de 2024 às 06h35.
Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 06h39.
Venezuela e Rússia planejam assinar novos acordos em uma comissão conjunta que deve acontecer no próximo mês de novembro com o objetivo de estabelecer uma aliança “estratégica” para a próxima década, anunciou o governo do país sul-americano na quarta-feira, 23.
De acordo com uma nota oficial, a Comissão Intergovernamental Rússia-Venezuela será realizada em 7 de novembro - sem especificar o local - na qual delegações de ambos os países aliados “selarão laços transcendentais para os próximos dez anos”.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que está na cidade russa de Kazan, garantiu que seu país está preparado para “continuar recebendo investimentos” do gigante eurasiático, a fim de fortalecer a aliança com “a grande Rússia”.
“Todas as delegações estão preparadas para avançar nas questões de cooperação bilateral”, disse Maduro, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
Por que Brasil fechou as portas do Brics para Venezuela? EntendaNa quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu Maduro e assegurou que o país caribenho é “um dos parceiros antigos e confiáveis da Rússia na América Latina e no mundo em geral”, ao mesmo tempo em que garantiu que as relações bilaterais de “parceria estratégica” continuam a “se fortalecer”.
Por sua vez, Maduro, que fez uma viagem surpresa à Rússia para a cúpula do Brics em Kazan, disse que esse grupo de economias emergentes faz parte de “uma nova geopolítica, onde as novas superpotências”, como “China, Rússia e Índia, podem praticar relações de respeito e cooperação com os povos do Sul e do Leste global”.
Em setembro, a vice-presidente executiva e ministra do Petróleo da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou que ambos os países promoverão projetos de gás a partir de 2027 e, nesse sentido, garantiu que estão em “processo de estudos” e “explorações” para “aprofundar” a “cooperação energética”.
Putin foi um dos primeiros líderes a parabenizar Maduro por sua polêmica reeleição nas eleições de 28 de julho, enquanto muitos governos ocidentais se recusam a reconhecer a vitória chavista e exigem maior transparência das autoridades eleitorais venezuelanas.