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Venezuela diz que bombas de fezes são "armas bioquímicas"

As "armas" têm sido atiradas contra policiais e membros da Guarda Nacional durante a atual onda de protestos contra Maduro

Protestos: os "puputov" foram utilizados no fim de semana passado em um protesto em Los Teques (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Protestos: os "puputov" foram utilizados no fim de semana passado em um protesto em Los Teques (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de maio de 2017 às 10h17.

Última atualização em 11 de maio de 2017 às 12h39.

A Inspetora Geral dos Tribunais da Venezuela, Marielys Valdéz, afirmou nesta quarta-feira que as chamadas "puputov" - bombas de fezes lançadas na polícia durante os protestos contra o presidente Nicolás Maduro - constituem "armas bioquímicas".

"É uma arma biológica (...). O uso de armas bioquímicas é um crime completamente tipificado que prevê penas severas", declarou Valdéz em entrevista ao canal estatal VTV.

"O uso de armas 'químicas', neste caso fezes humanas e de animais, gera consequências (...), pode afetar a água e contaminar terrivelmente. Pessoas especialmente vulneráveis, crianças e idosos, podem contrair hepatite ou infecções com bactérias", disse Valdéz.

Frascos repletos de excrementos têm sido atirados contra policiais e membros da Guarda Nacional durante a atual onda de protestos contra Maduro, que já provocou 38 mortos e centenas de feridos em 40 dias.

Durante a grande passeata realizada nesta quarta-feira, em Caracas, jovens entrevistados pela AFP explicaram que decidiram usar as bombas de fezes diante do "aumento da repressão" por parte das forças do governo.

Os "puputov" foram utilizados no fim de semana passado em um protesto em Los Teques, subúrbio de Caracas, após o qual se popularizaram nas redes sociais e se espalharam pelas ruas.

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