Bandeira da Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2013 às 13h03.
Georgetown - O governo da Guiana disse na noite desta sexta-feira que a Marinha da Venezuela deteve um navio operado por uma companhia de petróleo dos Estados Unidos, que estava em águas disputadas pelos dois países sul-americanos.
A embarcação, que tinha cinco cidadãos norte-americanos a bordo, estava realizando estudos sísmicos para a Anadarko Petroleum na quinta-feira, quando foi parada pela Marinha venezuelana. Ela então foi obrigada a velejar até a Ilha Margarita, território da Venezuela, segundo informou o Ministério de Relações Exteriores da Guiana.
"Ficou claro que o navio e sua tripulação não apenas foram escoltados para fora do território marítimo da Guiana, eles foram presos", disse o Ministério. "Essas ações da Marinha venezuelana não têm precedentes na relação entre os dois países", acrescentou o governo guianês. A Venezuela disse que deteve legitimamente o navio, que estava operando sem autorização em suas águas. A embarcação, chamada Teknik Perdana, deve chegar à Ilha Margarita neste sábado.
Venezuela e Guiana têm disputas sobre fronteiras marítimas e terrestres há décadas. O governo guianês disse que expressou "graves receios" para as autoridades venezuelanas e pediu a libertação imediata do navio e da tripulação. "As ações adotadas pela Marinha da Venezuela constituem uma séria ameaça à paz nesta sub-região e o governo da Guiana condena fortemente essa situação".
O ministro de Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, disse que o país é obrigado a agir se um navio está em sua zona marítima sem autorização. "Nós vamos defender vigorosamente nosso país e nossa soberania", afirmou.
O porta-voz da Anadarko, John Christiansen, disse que a companhia está trabalhando com o governo da Guiana e dos EUA para liberar o barco e a tripulação. Peter Tatro, diretor de operações da TDI, cujos funcionários estavam no barco, disse que eles estão bem. "Nossa preocupação é com o que acontecerá agora. Não sabemos o que vai acontecer quando eles chegarem à Venezuela", comentou. Fonte: Dow Jones Newswires.