Governo da Venezuela informou nesta sexta-feira que fechou "totalmente" a fronteira com a Colômbia (Ricardo Moraes/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de fevereiro de 2019 às 09h30.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2019 às 09h36.
Caracas - O governo da Venezuela informou nesta sexta-feira que fechou "totalmente" a fronteira com a Colômbia diante das supostas "ameaças" contra sua soberania que surgem do país vizinho, e de onde a oposição espera ingressar em poucas horas as doações de vários países que estão armazenadas na cidade de Cúcuta.
Esta medida acontece horas depois que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenasse o fechamento de comunicações com as ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao - todos territórios da Holanda - e da fronteira com o Brasil, onde também estão as ajudas para os venezuelanos.
"O Governo Bolivariano informa à população que, devido às graves e ilegais ameaças tentadas pelo governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela, tomou a decisão de um fechamento total temporário das pontes Simón Bolívar, Santander e União", disse a vice-presidente Delcy Rodríguez, no Twitter.
Em outra mensagem, também através da rede social, disse que o governo do presidente colombiano, Iván Duque, facilita o território do seu país "para atacar", por ordens do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, "contra os direitos dos venezuelanos a viver em Paz e em soberania".
Além disso, indicou que a "normalidade da fronteira" será restabelecida quando "os atos grosseiros de violência", que Caracas alega serem de responsabilidade de Bogotá, forem controlados.
A medida era esperada desde que Maduro disse na quinta-feira que estava avaliando o fechamento da fronteira com a Colômbia, onde um grande show foi realizado na sexta-feira, convocado pelo bilionário Richard Branson, para arrecadar fundos para ajudar a Venezuela.
Além disso, Maduro frequentemente acusa seu vizinho de tramar "planos de guerra" junto aos Estados Unidos para expulsar o Chavismo do poder, por isso ele ordenou um destacamento especial das forças militares para a defesa do território.
O antichavismo disse que neste sábado entrará no país parte das doações feitas por vários países que se reúnem nas fronteiras venezuelanas, apesar da recusa de Maduro em aceitá-las.