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Venezuela adianta relógio para economizar energia

Às 02h30 da madrugada, hora local, os relógios foram adiantados meia hora


	Relógio: às 02h30 da madrugada, hora local, os relógios foram adiantados meia hora
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Relógio: às 02h30 da madrugada, hora local, os relógios foram adiantados meia hora (ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2016 às 11h06.

Os venezuelanos adiantaram neste domingo 30 minutos em seus relógios, uma medida ordenada pelo governo de Nicolás Maduro para enfrentar a crise energética.

"A decisão que o presidente tomou é voltar ao fuso horário de quatro horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich", que esteve vigente até 2007, anunciou o ministro para a Educação Universitária, Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza.

Às 02h30 da madrugada, hora local, os relógios foram adiantados meia hora, com o que agora a hora oficial é de quatro horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich (-04H00 GMT).

Jesús Escalona, chefe da Hora Legal da Venezuela, explicou antes da mudança que o novo fuso horário será mudado de maneira sincronizada para garantir que os movimentos bancários ou a saída ou chegada voos, entre outros serviços, não se vejam afetados.

Curiosamente, a Venezuela havia atrasado sua hora em 30 minutos em 9 de dezembro de 2007, também para poupar energia, por ordem do então presidente Hugo Chávez, falecido em 2013. Essa mudança colocou o país no fuso horário de -04H30 GMT.

Esta nova mudança na hora legal faz parte de uma bateria de medidas do governo para reduzir o consumo elétrico na Venezuela, já afetada por cortes programados de energia de quatro horas, segundo um plano de racionamento que é aplicado em todo o país, e também por apagões inesperados de várias horas de duração.

O governo justifica os cortes de energia e outras medidas pela seca causada pelo fenômeno El Niño, afirmando que é a pior em 40 anos, e que esvaziou represas como a de El Guri, que fornece 70% da eletricidade da Venezuela.

As medidas para frear o consumo elétrico também incluem a redução da jornada de trabalho para o setor público a apenas dois dias por semana, e que as escolas só deem aulas de segunda a quinta.

Os centros comerciais também trabalham com horários restritos e devem gerar parte da energia que utilizam.

A crise elétrica e de escassez generalizada aumentaram o descontentamento social contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo as pesquisas, 60% dos venezuelanos são favoráveis a sua revogação.

Na semana passada, a oposição assegurou ter reunido quase 2 milhões de assinaturas em um primeiro passo para convocar um referendo revogatório contra Maduro previsto pela constituição venezuelana.

Numa tentativa de acalmar a situação, Maduro decretou no sábado um aumento de 30% no salário mínimo.

O bônus de alimentação, concedido a todos os trabalhadores e que pode ser usado em farmácias e supermercados, também subiu.

O aumento salarial incluirá o funcionalismo público, aposentados e militares.

Mesmo assim, a situação continua difícil para o país. Também na véspera, a maior cervejaria venezuelana, a Polar, paralisou desde sexta-feira todas suas operações pela impossibilidade de conseguir matéria-prima fundamental para a produção, confirmou um assessor de imprensa da empresa.

O fabricante já havia manifestado que não podia comprar divisas dentro do controle de câmbio fixado pelo governo desde 2003, e que por isso não tinha como importar cevada.

O acionista majoritário do grupo Polar, Lorenzo Mendoza, é acusado pelo presidente Nicolás Maduro de paralisar a produção como parte uma "guerra econômica" de empresários de direita para desestabilizar seu governo.

O governo afirma que essa "guerra econômica" é a responsável pela inflação de três dígitos (180,9% em 2015, segundo dados oficiais), escassez de dois terços dos produtos básicos e medicamentos, e uma contração de 5,9% da economia no ano passado.

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