Nicolás Maduro: presidente pediu o fim da "perseguição" contra o ex-governante equatoriano Rafael Correa (Marco Belo/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de julho de 2018 às 19h09.
O governo da Venezuela acusou o presidente do Equador, Lenín Moreno, de ir contra a sua soberania, em uma nota de protesto entregue nesta sexta-feira (6) à encarregada de negócios equatoriana em Caracas.
"O presidente Moreno deu declarações e entrevistas junto com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, contra a soberania da Venezuela", assinalou o vice-ministro venezuelano para América Latina, Alexander Yánez, citado em um boletim oficial.
Yánez transmitiu essa queixa à representante equatoriana, Elizabeth Méndez, dois dias depois de Moreno suspender o envio de seu novo embaixador para a Venezuela e igualmente entregar uma nota de protesto a Caracas.
O presidente adotou essas medidas em rechaço aos comentários de seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, que pediu o fim da "perseguição" contra o ex-governante equatoriano Rafael Correa, a quem a Justiça ditou uma ordem de prisão por suposto vínculo com o sequestro de um opositor.
"Moreno foi quem se referiu às pessoas que incorreram em atos flagrantes e notórios de violência política e, inclusive, em ações terroristas para tentar perturbar a ordem constitucional e a paz social na Venezuela", comentou Yánez em sua reunião com Méndez, segundo o relato.
O diplomata também defendeu a solidariedade de Maduro com Correa, assinalando que se trata de um "amigo" da Venezuela, onde é "admirado e respeitado por suas qualidades éticas, políticas e humanitárias".
Moreno recebeu na quinta-feira em Quito o vice-presidente americano, a quem pediu para dar passos a fim de "isolar ainda mais" o governo de Maduro.
Entretanto, o presidente equatoriano sustentou que o diálogo e a mediação são o caminho "para encontrar uma saída pacífica e democrática" à crise pela qual 150 mil venezuelanos migraram para o Equador.
O governo de Donald Trump "ameaçou a Venezuela com uma operação militar e impôs medidas de coerção unilaterais contra e economia e o povo venezuelanos", destacou a nota de Caracas, que também pediu respeito à reeleição de Maduro em 20 de maio.