Amazônia: a proposta apresentada pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, já havia sido feita pelo presidente da Bolívia, Evo Morales (Maxar Technologies/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de agosto de 2019 às 10h20.
Última atualização em 24 de agosto de 2019 às 10h22.
Caracas — A Venezuela propôs nesta sexta-feira (23) a convocação de uma reunião extraordinária, de caráter de urgência, dos chanceleres dos países que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para discutir os efeitos dos incêndios na maior floresta tropical do mundo.
A proposta apresentada pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, já havia sido feita pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que mais cedo, durante um evento no estado de Cochabamba, pediu uma reunião urgente dos chanceleres dos países-membros da OCTA.
Arreaza divulgou no Twitter uma carta que o governo da Venezuela vai enviar à secretária permanente da OTCA, María Alexandra Moreira, para solicitar a reunião.
El Gobierno Bolivariano de Venezuela ha propuesto oficialmente una reunión extraordinaria de Cancilleres de la Organización del Tratado de Cooperación Amazónica (OTCA), para abordar y atender las secuelas ecológicas y sociales de los devastadores incendios en la región amazónica pic.twitter.com/GzQtptOXNh
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) August 23, 2019
A OTCA é um fórum de cooperação sobre temas sociais e ambientais da Amazônia, formado por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
"O objetivo de tal convocação é abordar e tomar as ações pertinentes sobre os eventos que estão se apresentando em grande parte da região amazônica, derivados dos terríveis incêndios que devastaram grande parte da vegetação, afetando a população indígena e os ecossistemas", diz a carta.
O governo da Venezuela reiterou a preocupação com a situação da Amazônia e voltou a oferecer ajuda a Brasil e Bolívia para combater os incêndios.
Nesta sexta-feira (23), cerca de 500 peruanos protestaram em Lima, capital do país, contra o presidente Jair Bolsonaro pela falta de ação do governo brasileiro em combater os incêndios na Amazônia.
A manifestação ocorreu em frente à embaixada do Brasil em Lima, que fica no distrito de Miraflores, mas houve protesto em outras cidades peruanas onde o Itamaraty mantém consulados ou representações diplomáticas.
Com cartazes que pediam a saída de Bolsonaro do poder, os peruanos responsabilizaram o presidente brasileiro pela catástrofe ambiental e pediram uma aliança internacional para combater os incêndios.
#Santiago de Cuba #Cuba En Perú repudian a Bolsonaro por incendio en la Amazonía brasileña https://t.co/dqI9f7tN0y
— Margarita Piedra (@mpcesar) August 24, 2019
"O que está ocorrendo no Brasil não é só reflexo de uma crise ecológica, também reflete uma crise política porque é resultado de decisões políticas", disse o porta-voz da Fridays for Future no Peru, Cesár Llanos.
"Desde que chegou à presidência, Bolsonaro fez discursos contra as políticas ambientais, as organizações e os ativistas. Apoiou as máfias de madeireiros e de monoculturas que aumentam o desmatamento", continuou Llanos.
Já a bióloga Pilar Sanlley, da organização Irupa, disse que a atual política do governo Bolsonaro é insustentável. "As decisões dele não favorecem a ecologia nem o sistema ambiental porque há muitos interesses econômicos", criticou.
Depois do Brasil, o Peru é o segundo maior país em área coberta pela floresta amazônica, que no total possui 7,4 milhões de quilômetros quadrados.