Venezuela: o VN4 Rhinoceros comporta 12 pessoas (Manaure Quintero/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2019 às 11h46.
Última atualização em 2 de maio de 2019 às 11h55.
São Paulo — Rinocerontes, Morcegos e Baleias - todos couraçados. O esquema de violenta repressão aos manifestantes de oposição ao presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, está empregando três diferentes tipos de blindados fornecidos pelo grupo chinês Norinco - China North Industries.
O militante pró Juan Guaidó, atropelado há dois dias em ato público em Caracas, foi atingido por um deles. O VN4 Rhinoceros, de 5,7 toneladas, é armado com uma metralhadora 12.7 mm. Nas versões venezuelanas a torre de ataque é equipada com disparadores de granadas de gás - a munição lacrimogênea é comprada no Brasil, da Condor Tecnologias Não Letais.
A Guarda Bolivariana e a policia especial usam uma frota de 124 veículos. Foram todos pintados de branco, tem tração 4x4, com posições internas para 8 agentes, mais 2 tripulantes; 1 motorista e 1 artilheiro principal. O Rhino, como é conhecido, roda a 115 km/hora. Desenhado para o combate a distúrbios de rua, virou uma espécie de referência na contenção aos protestos pelo regime Maduro.
O contrato entre os governos da China e da Venezuela, iniciado em 2013, envolve dois outros modelos da mesma Norinco, o ABV-1 Morcego e o WTC-1 Baleia. O tamanho da frota é mantido em sigilo. O valor estimado do negócio fica entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões, abrangendo vasto estoque de peças e partes de reposição, mais treinamento, documentação técnica e modernização.
O Morcego leva duas asas articuladas, metálicas, de cerca de três metros de altura, fechadas por uma grade de aço. Com um dispositivo de encaixe e trava em cada lado do caminhão, alinhados dois a dois criam uma muralha, protegendo a tropa repressora e encurralando os manifestantes.
A Norinco diz que o veículo é exclusivo, atende a especificações da Guarda Nacional Bolivariana. O WTC-1 Baleia lança jatos de água por meio de dois canhões de alta pressão. Os disparos diretos podem provocar parada cardíaca e respiratória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.