Vaticano: encontro sobre os abusos do clero será realizado de 21 a 24 de fevereiro (Laszlo Szirtesi/Getty Images)
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 14h50.
Cidade do Vaticano - O comitê organizador do encontro sobre os abusos por parte do clero, que será realizado no Vaticano de 21 a 24 de fevereiro de 2019, pediu nesta terça-feira, 18 aos presidentes das conferências episcopais que preparem esta reunião com visitas às vítimas dos seus respectivos países.
O pedido foi feito através de cartas enviadas às conferências episcopais e convoca todos os participantes "a seguir o exemplo do Papa Francisco e se encontrar pessoalmente com vítimas de abusos antes do encontro de Roma".
"O primeiro passo deve ser tomar ciência da verdade do ocorrido. Por esta razão, pedimos a cada presidente de conferência episcopal que se aproxime e visite as vítimas que sofreram abusos por parte do clero nos seus respectivos países antes da reunião de Roma, e saber assim em primeira mão o sofrimento que suportaram", escrevem os membros do comitê organizador escolhido por Francisco.
"Enquanto não houver uma resposta completa e comunitária, não só não conseguiremos curar as vítimas/sobreviventes dos abusos, mas a credibilidade da Igreja para realizar a missão de Cristo estará em perigo no mundo todo", acrescentam na carta.
A mensagem contém também um questionário anexado que deve ser preenchido antes de 15 de janeiro e que poderá proporcionar "uma ferramenta para que todos os participantes do encontro de fevereiro expressem suas opiniões de maneira construtiva e crítica à medida que progredimos na identificação de onde é necessário ajuda para realizar reformas agora e no futuro, e para nos ajudar a ter uma visão completa da situação na Igreja".
Segundo uma nota do Vaticano, "a reunião terá foco em três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência, e os participantes trabalharão juntos para responder a este grave desafio".
No inédito encontro, já que na história da Igreja este tipo de convocação nunca havia sido feita a não ser nos Concílios, além dos representantes das 130 Conferências Episcopais, também participarão vítimas de abusos por parte do clero.
Assim como chefes das igrejas católicas orientais, os responsáveis pelos diferentes dicastérios e representantes das Uniões de Superiores Gerais, tanto homens quanto mulheres, e membros da Comissão da Proteção de menores, entre outros.