Papa Francisco: pontífice segue hospitalizado e cancela compromissos (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 10h49.
O papa Francisco, hospitalizado desde sexta-feira por uma infecção respiratória, passou uma “noite tranquila”, mas cancelou seus compromissos previstos para o fim de semana. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 18, pelo Vaticano, que não indicou previsão de alta para o pontífice.
“Devido ao estado de saúde do Santo Padre, a audiência jubilar de sábado, 22 de fevereiro, está cancelada” e Francisco não poderá presidir a missa de domingo, anunciou a Santa Sé no quinto dia de hospitalização do pontífice, que tem 88 anos.
O comunicado oficial não esclarece se o papa poderá realizar a tradição semanal da oração do Angelus no domingo. No último domingo (9), ele já havia se ausentado da cerimônia, embora em outras ocasiões tenha feito essa oração diretamente do hospital.
Francisco, que lidera a Igreja Católica desde 2013, foi internado no dia 14 de fevereiro no hospital Gemelli, em Roma, após apresentar dificuldades para discursar em público. O quadro clínico do pontífice gerou inquietação entre fiéis e especialistas.
Na segunda-feira, o Vaticano informou que ele sofre de uma "infecção polimicrobiana das vias respiratórias" e que seu estado de saúde é complexo. Por isso, sua hospitalização deve se estender pelo menos até quarta-feira, dia em que já estava cancelada a tradicional audiência geral.
O porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, declarou à imprensa que a situação do papa é estável.
Após passar "uma noite tranquila", Francisco "acordou, tomou café da manhã e leu alguns jornais como faz com frequência", explicou o porta-voz.
Essa é a quarta hospitalização do papa em menos de quatro anos, o que reacendeu o debate sobre sua saúde, especialmente por ocorrer às vésperas do Ano Jubilar da Igreja Católica, que contará com uma extensa programação de eventos religiosos.
“O papa Francisco está comovido com as muitas mensagens de afeto e proximidade que continua recebendo”, afirmou o Vaticano em comunicado oficial.
O estado de saúde do papa ganhou destaque nos principais jornais da Itália. O Corriere della Sera noticiou que “a hospitalização do papa Francisco se prolonga”, enquanto o La Repubblica enfatizou a gravidade do quadro clínico.
Na Praça de São Pedro, fiéis e turistas demonstram preocupação e seguem em oração pelo pontífice.
"Espero que ele se recupere rapidamente. Confio no tratamento médico do hospital e espero que façam o melhor possível", disse à AFP a turista austríaca Birgit Jungreuthmayer, de 48 anos.
Mesmo enfrentando problemas de saúde recorrentes nos últimos anos — como dores no quadril, no joelho, infecções respiratórias e cirurgias —, o argentino Jorge Bergoglio mantém uma agenda intensa e já afirmou que não pretende diminuir seu ritmo de trabalho.
Em setembro de 2024, Francisco realizou uma viagem de 12 dias por quatro países da Ásia e Oceania, a mais longa de seu papado tanto em tempo quanto em distância percorrida.
Antes da internação, o papa apareceu debilitado, com o rosto inchado e voz fraca, chegando a delegar a leitura de discursos a seus assistentes.
No domingo, ele acompanhou a missa pela televisão do hospital e enviou uma mensagem escrita durante a oração do Angelus.
“Gostaria de estar entre vós, mas, como sabem, estou aqui na Policlínica Gemelli porque ainda preciso de tratamento para minha bronquite”, escreveu Francisco.
Desde que assumiu o papado, Francisco sempre afirmou que poderia renunciar caso sua saúde o impedisse de cumprir suas funções.
Seu antecessor, Bento XVI, surpreendeu o mundo em 2013, ao se tornar o primeiro papa desde a Idade Média a renunciar, citando motivos de saúde.