Vaticano: o Papa sempre se mostrou aberto a essa possibilidade (.)
EFE
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 10h20.
Cidade do Vaticano - A Igreja Católica da Argentina abrirá "em breve" seus arquivos relativos à ditadura militar no país (1976-1983) para que os documentos possam ser consultados pelos familiares das vítimas.
O anúncio foi feito nesta terça-feira pela Secretaria de Estado do Vaticano e pela Conferência Episcopal Argentina (CCA) em um comunicado conjunto, no qual informaram que o material se encontra nos arquivos da CCA, da Secretaria de Estado do Vaticano e na Nunciatura Apostólica em Buenos Aires.
"De acordo com um protocolo que será estabelecido em breve, poderão consultar os documentos as vítimas e familiares diretos dos desaparecidos e presos, e, no caso de religiosos ou eclesiásticos, também seus superiores", diz a nota divulgada hoje.
A abertura desse material ocorre depois de um processo de digitalização e organização dos documentos, por ordem do próprio papa Francisco. "Se deseja ressaltar que esse trabalho se desenvolveu tendo como premissa o serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando com o diálogo aberto à cultura do encontro", destaca o comunicado do Vaticano.
Diferentes organizações, como a Associação Argentina de Familiares de Desaparecidos e as Mães da Praça de Maio, pediram ao papa em distintas reuniões a abertura dos arquivos da Igreja Católica para poder consultar esses documentos.
O papa sempre se mostrou aberto a essa possibilidade e por isso ordenou que os documentos fossem colocados em ordem, destacando os que fazem referência ao período da ditadura e que poderiam conter informação sobre o paradeiro de pessoas desaparecidas.
Durante o período, várias vítimas recorreram às autoridades eclesiásticas da época. Por isso, espera-se que o Vaticano tenha informações que sejam capazes de jogar luz sobre fatos que até hoje ainda não foram esclarecidos.