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Uruguaios vão às urnas neste domingo para escolher novo presidente do país

Além das eleições gerais, a população também votará pela aprovação ou não do referendo "Viver sem Medo", relacionado à segurança pública

Uruguaios vão às urnas neste domingo para eleições gerais (Mauricio RABUFFETTI/AFP)

Uruguaios vão às urnas neste domingo para eleições gerais (Mauricio RABUFFETTI/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de outubro de 2019 às 09h33.

Cerca de 2,7 milhões de uruguaios vão às urnas hoje, 27, para votar aos cargos de presidente e vice-presidente, senadores e deputados. Os 7.122 colégios eleitorais do país abrem para os votantes às 8 horas da manhã e as votações serão encerradas às 19h30. No Uruguai, o voto é obrigatório.

Além das eleições gerais, os uruguaios também votarão pela aprovação ou não do referendo "Viver sem Medo", uma reforma constitucional que visa, entre outras medidas, permitir que as Forças Armadas façam a segurança pública do país.

Uma sondagem feita pelo Grupo Radar no país mostra que a disputa deve ir a segundo turno. O candidato Daniel Martínez, da coalizão esquerda, Frente Ampla, lidera o ranking, com cerca de 40% das intenções de voto. Ele é ex-prefeito de Montevidéu. A coalização Frente Ampla está há 15 anos no poder.

O Partido Nacional, conhecido como os "blancos", do candidato de direita Luis Lacalle Pou, vem em segundo lugar, com cerca de 26%. Depois, aparecem os partidos Colorado, representado por Ernesto Talvi, e Cabildo Abierto, do candidato Guido Maníni Rios, quase empatados, com cerca de 12% das intenções de voto cada.

Analistas acreditam que é possível a formação de uma coalizão, entre blancos e colorados, em um provável segundo turno contra Martínez, da Frente Ampla, que lidera as intenções de voto. Apesar de ter havido aliança entre blancos e colorados no passado, os partidos são rivais históricos e a transferência de votos entre eles não é automática.

No Uruguai, para ganhar em primeiro turno, é necessário obter 50% dos votos mais um. Caso haja segundo turno, a votação será no dia 24 de novembro. A posse será no dia 1º de março do ano que vem.

Referendo

O referendo "Viver sem medo" foi aprovado pela Corte Eleitoral em maio deste ano, após o senador Jorge Larrañaga, do Partido Nacional, ter recolhido mais de 370 mil assinaturas. A proposta de reforma constitucional tem quatro pontos.

O primeiro deles é a criação de uma Guarda Nacional, formada por até 2 mil militares, para que colaborem com as ações da Polícia no combate ao narcotráfico e ao crime organizado, entre outros delitos.

O segundo ponto é a aplicação do cumprimento efetivo das penas, ou seja, em casos como violação, abuso sexual, assalto, extorsão, sequestro, homicídio, maltratos e tráfico de drogas, os criminosos deverão cumprir as penas integralmente.

O terceiro ponto é a prisão perpétua revisável. O referendo propõe que para delitos de estupro, abuso sexual e homicídios de menores, assim como homicídios qualificados, seja aplicada a prisão perpétua. Essa pena poderia ser revisada após 30 anos de prisão, se ficar comprovado que a pessoa está efetivamente reabilitada.

O último ponto é sobre ações de busca e apreensão noturnas. A ideia é que sejam permitidas ações noturnas em lugares onde haja fortes indícios de delitos, com prévia autorização judicial. Hoje em dia, ações de busca só podem ser feitas à luz do dia.

Os cidadãos que queiram votar a favor da reforma, devem introduzir a cédula "sim" no envelope de votação. Os que não queiram votar pela reforma, não devem fazer nada. Não há cédulas de "não".

Para que a reforma seja aprovada, o "sim" deve ter maioria absoluta (50% mais um) e o total deve representar, pelo menos, 35% dos habilitados a votar.

Sondagens mostraram que cerca de 53% dos uruguaios pretende votar pelo "sim", 35% não apoia o referendo e 12% não se decidiu.

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