O presidente do Uruguai, José Mujica, recebeu Maduro em Montevidéu na terça-feira. Na reunião, ambos os governos assinaram acordos de cooperação econômica (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 23h30.
Montevidéu - O Uruguai afirmou nesta sexta-feira que não vê necessidade de convocar uma nova reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para debater a situação política na Venezuela, como proposto pelo Peru.
O chanceler uruguaio, Luis Almagro, disse que a Unasul deve esperar o pronunciamento da autoridade eleitoral da Venezuela sobre as denúncias da oposição de irregularidades nas eleições de 14 de abril, que deram vitória por estreita margem ao ex-chanceler Nicolás Maduro.
"Temos que esperar. Temos uma situação que tem pleno apoio da institucionalidade vigente, na região e na própria Venezuela. Temos um presidente em exercício na Venezuela e temos um Conselho Nacional Eleitoral fundamentando os recursos apresentados. Acho que nesse momento resta pouco a fazer ou a analisar", disse Almagro à rádio local Carve.
Na quinta-feira, o chanceler do Peru, Rafael Roncagliolo, disse que estava fazendo consultas com os membros do bloco sul-americano para uma eventual reunião que analise a situação na Venezuela, em meio a disputas entre o governo e a oposição.
"A situação evoluiu muito positivamente, as tensões políticas diminuíram muito, as tensões sociais praticamente desapareceram", acrescentou Almagro.
O ministro uruguaio opinou que seria conveniente "deixar a Venezuela estabilizar sua democracia" para depois fazer uma reunião entre os países sul-americanos.
O Peru, que exerce a Presidência pro témpore da Unasul, reuniu o bloco em Lima em 19 de abril, antes da posse de Maduro como chefe de Estado, para analisar a situação venezuelana e apoiar o novo governo.
O presidente do Uruguai, José Mujica, recebeu Maduro em Montevidéu na terça-feira. Na reunião, ambos os governos assinaram acordos de cooperação econômica, nos quais Caracas garantiu o fornecimento de 60 por cento do petróleo que o Uruguai precisará para os 12 meses a partir de julho.