Eleições no Uruguai: Orsi lidera corrida, mas segundo turno é esperado (SOPA Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 25 de outubro de 2024 às 10h17.
O Uruguai, a democracia mais estável da América Latina, votará no domingo, 27, para eleger o sucessor do presidente de centro-direita Luis Lacalle Pou, com a esquerda como favorita em uma corrida que deve ir para o segundo turno.
O esquerdista Yamandú Orsi, professor de História de 57 anos e pupilo do ex-presidente José "Pepe" Mujica, lidera as intenções de voto com 41%-47%, mas não deve atingir os 50% necessários para vencer no primeiro turno.
Orsi aspira governar o Uruguai, um país de 3,4 milhões de habitantes, predominantemente agrícola, com alta renda per capita e baixos níveis de pobreza em relação à região. Ele é seguido por candidatos dos principais partidos da coalizão liderada por Lacalle Pou, que possui 47% de aprovação, mas está impedido de buscar a reeleição imediata.
O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, de 55 anos, tem apoio de 20%-25%, enquanto Andrés Ojeda, advogado de 40 anos do Partido Colorado, aparece com 15%-16%. Ojeda, comparado ao presidente argentino Javier Milei por seu estilo pouco convencional, representa uma renovação política e tem ganhado força nas últimas semanas.
Mais de 2,7 milhões de uruguaios devem comparecer às urnas para eleger o presidente, o vice-presidente e os representantes para o Senado e a Câmara dos Deputados.
Caso nenhum candidato obtenha maioria absoluta, o segundo turno está marcado para 24 de novembro. A expectativa é que Orsi enfrente Delgado ou Ojeda, que devem unir forças com partidos menores da coalizão governante, como o Cabildo Abierto e o Partido Independente.
A campanha eleitoral tem sido marcada por desinformação nas redes sociais, com termos como "fraude" e "clonagem de envelopes" usados para desacreditar o processo eleitoral, segundo a equipe de verificação da AFP.
Independentemente de quem vencer, não são esperadas grandes mudanças na política econômica. Todos os candidatos propõem medidas para acelerar o crescimento econômico, que foi desacelerado pela pandemia e pela seca histórica, mas está em recuperação. O FMI projeta um crescimento do PIB de 3,2% em 2024 e de 3% em 2025, enquanto o déficit fiscal de 4,4% do PIB em agosto permanece um desafio.
O plebiscito para modificar o sistema de seguridade social, promovido por sindicatos e partidos de esquerda, é visto com preocupação por observadores internacionais. "O próximo governo herdará um espaço fiscal limitado", comentou Yolanda Ngo, da agência de classificação de risco Morningstar DBRS.
Todos os candidatos se manifestaram contra a emenda constitucional, e as pesquisas indicam que ela será rejeitada.