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Uruguai vai transformar "Lei Seca" em "Álcool Zero"

Redução prevista da quantidade de 0,3 gramas por litro de sangue atualmente permitida para 0,0 para qualquer motorista que esteja em via pública


	Cerveja: projeto de lei quer fechar de vez o cerco contra a combinação entre bebida e direção
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Cerveja: projeto de lei quer fechar de vez o cerco contra a combinação entre bebida e direção (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2015 às 16h59.

Montevidéu - O governo do Uruguai enviou ao Congresso um projeto de lei para fechar de vez o cerco contra a combinação entre bebida e direção, pretendendo transformar a "Lei Seca" já em vigor no país em "Álcool Zero".

O texto prevê a redução da quantidade de 0,3 gramas por litro de sangue atualmente permitida para 0,0 para qualquer motorista que esteja em via pública, medida que deve ser aprovada pelos parlamentares até o fim de maio.

"Esperamos dar um tratamento rápido ao tema já que há consenso dos quatro partidos políticos com representação parlamentar", afirmou a uma rádio local o deputado Luis Gallo, integrante da Frente Ampla, coalizão de esquerda que governa o país.

A iniciativa faz parte de um conjunto de estratégias do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, contra o consumo abusivo de álcool, anunciado como prioridade de sua gestão desde que assumiu o mandato há menos de dois meses.

Três semanas depois da posse em março, o líder iniciou uma série de reuniões com partidos de oposição e organizações civis para elaborar um consenso na elaboração de um projeto de lei para regular o comércio de bebidas alcóolicas.

Após o segundo encontro do grupo, foi decidido que o governo decretaria "tolerância zero" para o consumo por parte de motoristas.

"Acreditava-se que a decisão poderia sair em decreto, mas depois vimos que era juridicamente necessária a elaboração de uma lei para promulgar a tolerância zero", explicou Gallo.

O projeto de lei se baseou em diversos estudos realizados no país desde 1998 que demonstram a relação entre o consumo de álcool e os acidentes de trânsito. De acordo com o relatório, os dados mais recentes indicam que há uma clara correlação entre o aumento da presença de álcool no sangue e a gravidade dos incidentes.

Em sua argumentação, o governo uruguaio também destaca o exemplo do Brasil, que "alcançou resultados quase imediatos" após seis meses de aplicação da "Lei Seca", iniciada no país em 2008.

"Uma redução nas consultas hospitalares de 36%, de 14% das mortes em estradas, e de 67% nas necropsias em mortos após acidentes de trânsito associados à ingestão de álcool", destaca o documento sobre a experiência brasileira.

"Existe uma aceitação pública sobre a queda da taxa de ingestão de álcool permitida aos motoristas e a intensificação da fiscalização. A população identifica a combinação álcool-direção como um sério risco para a segurança viária", conclui. EFE

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