Uruguai: "Acho que o melhor teria sido, antes de mandar a carta (deixando a presidência), tentar um acordo sobre o formato de saída", opinou a chanceler argentina (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 15h24.
A chanceler argentina, Susana Malcorra, afirmou em uma entrevista publicada no semanário uruguaio Búsqueda que o Uruguai criou um "vácuo" sem precedentes no Mercosul ao adotar "unilateralmente" a decisão de abandonar a presidência do bloco.
"O que está acontecendo, segundo a nossa leitura, é que houve lamentavelmente um processo em que o Uruguai decidiu unilateralmente deixar a presidência pro tempore" do Mercosul, e "isso criou um vácuo, um limbo", disse Malcorra em referência à decisão de Montevidéu de deixar o posto cumpridos seus seis meses de gestão.
Desde então, a crise que vinha socavando o Mercosul pela passagem da coordenação do bloco à Venezuela, se aprofundou a níveis sem precedentes.
"Nós dissemos que a presidência pro tempore tem um processo de passagem que é uma formalização do comunicado feito pelo (presidente) que sai, sobre qual foi o seu trabalho. Isso não aconteceu, e para nós isso é um problema sério de governabilidade do Mercosul", acrescentou a chanceler argentina ao semanário uruguaio que a entrevistou em Buenos Aires.
"Não houve uma só transferência no Mercosul que não tenha sido feita no marco do Conselho do Mercado Comum", que reúne chanceleres e ministros da Economia, geralmente durante a celebração de cúpulas presidenciais, lembrou Malcorra.
Malcorra, de acordo com o Búsqueda, disse que o Uruguai deveria ter esperado para tomar a decisão. "Acho que o melhor teria sido, antes de mandar a carta (deixando a presidência), tentar um acordo sobre o formato de saída", opinou.