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Uruguai classifica de 'esquizofrênica' relação comercial com Argentina

Segundo ministro das Relações Exteriores do Uruguai, não há harmonia na relação

Bandeira da Argentina (Wikimedia Commons)

Bandeira da Argentina (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2012 às 13h52.

Montevidéu - O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, falou neste sábado sobre a insatisfação do Governo com o comportamento 'esquizofrênico' da Argentina nas relações comerciais entre os dois países, embora rejeitou que vá denunciar a vizinha perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), como fizeram a União Europeia e os Estados Unidos.

'Não há harmonia na relação com a Argentina. Em 2012, conseguimos um comércio com características quase esquizofrênicas. Por exemplo, em janeiro cresce 70% e em fevereiro baixa 40% (...). Além do que, ainda há temas não resolvidos em matéria comercial de vestuário, imprensa, bens alimentícios e, neste ano, surgiram dificuldades também com o setor automotivo', indicou Almagro.

A partir dessas premissas, o chanceler destacou que o Uruguai procura estabilizar o fluxo comercial com a Argentina com 'soluções globais'.

Apesar das dificuldades, Almagro não pretende ir à OMC. 'Nós pretendemos manter essa discussão perante a Comissão de Comércio do próprio Mercosul, que são instâncias mais rápidas do que a própria OMC', indicou.

No entanto, o ministro reconheceu que a relação bilateral melhorou desde a posse do presidente de José Mujica, em 2010. Ao longo de 2011, o Uruguai aumentou suas exportações à Argentina em 17%, avançou nas negociações pela dragagem dos rios comuns e alcançou um acordo para instalar uma planta de gaseificação financiada por ambos os países.

Almagro ressaltou ainda o 'mau funcionamento' do Mercosul para resolver diferenças comerciais, já que suas normas parecem 'obrigatórias para os países pequenos, mas não tanto para os maiores'. De acordo com o ministro falta proteção a países como o Uruguai diante de possíveis decisões unilaterais da Argentina ou Brasil.

'Esse é o principal problema que temos e por isso as soluções atuais do Mercosul não são eficazes e não servem aos empresários', concluiu.

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