Panama Papers: o escândalo foi divulgado pelo semanário "Búsqueda", que publicou que o país é um dos dez com mais companhias no exterior criadas pela Mossack Fonseca (Rodrigo Arangua / AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 14h47.
Montevidéu - O Senado do Uruguai aprovou nesta quarta-feira a criação de uma comissão para investigar o escândalo dos Panama Papers e os possíveis crimes de fraude financeira, evasão fiscal e lavagem de dinheiro cometidos por cidadãos do país.
A proposta foi apoiada por senadores de todos os partidos. A comissão será formada por sete parlamentares que ainda não foram definidos, informou o Senado em comunicado.
No início de abril, o senador Rafael Michelini, integrante da Frente Ampla (FA), bloco de esquerda que governa o país, anunciou a intenção de criar uma comissão para investigar os Panama Papers.
Michelini foi um dos parlamentares que votou a favor da proposta hoje, que também foi defendida por senadores do Partido Colorado, do Partido Nacional e do Partido Independente.
Através do escândalo batizado de Panama Papers, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), revelou mais de 11,5 milhões de documentos do escritório panamenho de advocacia Mossack Fonseca.
Os documentos incluem informações de mais de 214 mil off shores criadas em cerca de 200 países, empresas que supostamente teriam sido usadas por várias personalidades mundiais para sonegar impostos e lavar dinheiro.
No Uruguai, o escândalo foi divulgado pelo semanário "Búsqueda", que publicou que o país é um dos dez com mais companhias no exterior criadas pela Mossack Fonseca e que seus clientes compraram mais de 5 mil empresas nos 40 anos de atuação do escritório panamenho.