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UNRWA interrompe entrega de ajuda a Gaza na passagem de Kerem Shalom devido à insegurança

Local fica na região sul da Faixa de Gaza, principal porta de entrada para entrada de recursos

Palestinos fazem fila para receber farinha branca, distribuída pela Presidência Turca de Gestão de Desastres e Emergências (AFAD), no centro de distribuição da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) no Campo de Refugiados de Nuseirat em Deir al-Balah, Gaza, em 24 de novembro de 2024 (Ashraf Amra/Anadolu/Getty Images)

Palestinos fazem fila para receber farinha branca, distribuída pela Presidência Turca de Gestão de Desastres e Emergências (AFAD), no centro de distribuição da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) no Campo de Refugiados de Nuseirat em Deir al-Balah, Gaza, em 24 de novembro de 2024 (Ashraf Amra/Anadolu/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 08h41.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 08h45.

O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, anunciou neste domingo, 1º, que a organização está interrompendo a entrega de ajuda humanitária através da passagem Kerem Shalom, no sul da Faixa de Gaza, principal porta de entrada para suprimentos e medicamentos para a população local.

“Há meses que a estrada que sai deste entroncamento não é segura. No dia 16 de novembro, gangues armadas roubaram um grande comboio de caminhões de ajuda. Ontem tentamos levar alguns caminhões com alimentos pelo mesmo trajeto. Todos foram roubados”, disse Lazzarini em comunicado.

Kerem Shalom foi uma das poucas passagens da fronteira sul que permaneceu aberta, sob autorização israelense, quase desde o início da guerra em Gaza para a entrada de ajuda humanitária da qual a população depende para sobreviver.

O cruzamento de Rafah, que tem ligação direta com o Egito, está fechado desde maio, quando as tropas israelenses invadiram aquela área; embora nos últimos meses, sob pressão da comunidade internacional, tenham sido abertas algumas passagens no norte.

Nos últimos meses, o saque de caminhões de ajuda humanitária tornou-se um problema crescente, algo que todas as agências humanitárias denunciaram, e no mês passado, a ONU informou que em um único dia um comboio de 109 caminhões fretados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) e pela UNRWA foi "violentamente saqueado", no incidente mais grave do gênero em mais de 13 meses de guerra.

Poucos dias depois desse incidente, em 18 de novembro, cerca de 20 palestinos foram mortos em operações realizadas pelas autoridades do Hamas no sul da Faixa de Gaza contra gangues criminosas que saqueiam caminhões.

Lazzarini lamentou ter de tomar esta decisão “em um momento em que a fome se aprofunda rapidamente”, especialmente no norte do enclave, onde a ajuda não chega há quase dois meses, em meio à dura ofensiva israelense na área.

“A entrega de ajuda humanitária nunca deve ser perigosa ou tornar-se uma prova”, acrescentou.

O comissário-geral da UNRWA lembrou que existem outros fatores que tornaram as operações humanitárias dentro da Faixa “desnecessariamente impossíveis”, como os ataques israelenses, os obstáculos das autoridades para autorizar comboios e “decisões políticas que restringiram a quantidade de ajuda”.

Por sua parte, o COGAT, órgão militar encarregado dos assuntos civis em Gaza e nos territórios palestinos ocupados, respondeu às queixas de Lazzarini dizendo que apenas 7% da ajuda transferida para Gaza em novembro foi coordenada pela UNRWA.

“Dezenas de organizações humanitárias operam na Faixa de Gaza e continuam a desempenhar um papel cada vez mais importante na distribuição de ajuda humanitária às pessoas necessitadas. Na semana passada, foram recolhidos mais de 1.000 caminhões de ajuda humanitária nas várias travessias e distribuídos por toda a Faixa de Gaza", disse a organização nas redes sociais.

A ONU e a comunidade internacional acusaram Israel de usar a fome “como arma de guerra” em mais de um ano de ofensiva contra o devastado enclave palestino; e exigem a entrada diária de pelo menos 350 caminhões para cobrir as necessidades prementes da população. Antes da guerra, entravam cerca de 500 caminhões por dia.

Outubro passado foi o mês em que menos caminhões de ajuda entraram em Gaza desde o início da guerra, cerca de 1.300 no total, segundo dados da ONU. Em novembro, entraram 1.751, o segundo menor número.

Israel culpa as agências das Nações Unidas por não terem recursos para distribuir o material.

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