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Universidades de Bangladesh reabrem pela primeira vez após protestos estudantis

“É um grande alívio para nós. O estudo das crianças foi gravemente interrompido no mês passado”, disse à Agência EFE Anisur Rahman, pai de uma menina de 5 anos

Ativistas culturais e membros da sociedade civil seguram cartazes retratando a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, enquanto encenam uma marcha musical pelas vítimas que foram mortas durante os recentes protestos estudantis nacionais sobre cotas em empregos públicos, em Dhaka, em 30 de julho de 2024. O governo de Bangladesh convocou um dia de luto em 30 de julho pelas vítimas de violência em distúrbios nacionais, mas os estudantes denunciaram o gesto como desrespeitoso aos colegas de classe mortos durante confrontos com a polícia neste mês (Munir UZ ZAMAN /AFP)

Ativistas culturais e membros da sociedade civil seguram cartazes retratando a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, enquanto encenam uma marcha musical pelas vítimas que foram mortas durante os recentes protestos estudantis nacionais sobre cotas em empregos públicos, em Dhaka, em 30 de julho de 2024. O governo de Bangladesh convocou um dia de luto em 30 de julho pelas vítimas de violência em distúrbios nacionais, mas os estudantes denunciaram o gesto como desrespeitoso aos colegas de classe mortos durante confrontos com a polícia neste mês (Munir UZ ZAMAN /AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 18 de agosto de 2024 às 15h28.

A maioria das universidades de Bangladesh reabriram neste domingo pela primeira vez em um mês, após o governo ter decretado seu fechamento no meio de uma onda de violência devido à dura repressão aos protestos estudantis, que terminou com a fuga do país da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina.

Junto com as universidades, a maioria dos centros educacionais celebrou hoje o primeiro dia de aulas em um mês, o que encheu as ruas de estudantes uniformizados e trouxe de volta um espetáculo que havia desaparecido nas últimas semanas.

“É um grande alívio para nós. O estudo das crianças foi gravemente interrompido no mês passado”, disse à Agência EFE Anisur Rahman, pai de uma menina de 5 anos.

No entanto, algumas universidades públicas autônomas, que são regidas por leis separadas, não puderam retomar as aulas hoje devido à ausência de funcionários importantes, que renunciaram aos seus cargos após a queda de Hasina, no último dia 5.

O governo de Sheikh Hasina decretou o fechamento por tempo indeterminado de todas as escolas e universidades em Bangladesh em 17 de julho, um dia após terem sido registradas as primeiras seis mortes durante os protestos estudantis antigovernamentais que levaram à renúncia da antiga mandatária.

Além disso, pediu às universidades públicas que fechem seus campus, principal foco dos protestos em seu início.

Este movimento estudantil começou pacificamente em 1º de julho para protestar contra um sistema de cotas trabalhistas que beneficiava os apoiadores do governo da Liga Awami, partido de Hasina.

Mas os protestos tornaram-se violentos duas semanas depois, quando começaram a ser duramente reprimidos pelas forças de segurança, e deram origem a uma revolta de rua que acabou com a saída de Hasina do poder.

Mais de 400 pessoas, segundo contagem elaborada pela EFE, morreram durante a violenta repressão aos protestos estudantis em Bangladesh. Em retaliação, numerosos incidentes violentos foram relatados após a fuga de Hasina, especialmente contra propriedades da polícia ou contra pertences de membros da Liga Awami.

Hasina fugiu para Nova Delhi, onde alegadamente permanece protegida pelo governo da Índia, e seus planos futuros são desconhecidos. A ex-primeira-ministra foi acusada em quase uma dúzia de casos de violência e vários dos seus colaboradores foram presos.

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