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Universidade destina bolsas para jovens virgens na África

Cidade da África do Sul está oferecendo a "Bolsa das virgens" e, segundo a prefeita, a medida é para encorajar as jovens a "continuarem puras"


	Universitários: para conseguir ter acesso à bolsa, as jovens devem preencher dois requisitos: ter obtido excelentes resultados no ensino médio e serem virgens
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Universitários: para conseguir ter acesso à bolsa, as jovens devem preencher dois requisitos: ter obtido excelentes resultados no ensino médio e serem virgens (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 21h31.

Joanesburgo - Um município sul-africano oferece bolsas universitárias para meninas desde que elas sejam virgens, uma iniciativa "chocante" para as feministas que denunciaram nesta sexta-feira uma violação da dignidade das mulheres.

Esta ajuda financeira chamada "Bolsa das virgens" foi criada na semana passada pelo município de Uthukela, na província de KwaZulu-Natal (nordeste).

Para conseguir ter acesso à bolsa, as jovens devem preencher dois requisitos: ter obtido excelentes resultados no ensino médio e serem virgens.

"Trata-se de uma nova categoria que colocamos em prática este ano. A bolsa é destinada às jovens que ainda são virgens. É uma categoria que foi criada este ano pela prefeita", declarou à AFP o porta-voz da prefeitura de Uthukela, Jabulani Mkhonza.

"A prefeita encoraja as jovens a continuarem puras e a não terem relações sexuais a fim de se concentrarem nos estudos", explicou Mkhonza.

A cada volta de férias, as jovens serão submetidas a um exame médico, e a "bolsa será retirada caso elas tenham perdido a virgindade", explicou.

Organizações de defesa dos direitos das mulheres manifestaram sua indignação e estimaram que a iniciativa era inconstitucional.

Nonhlanhla Mokwena, diretora da organização Powa (People Opposing Women Abuse), se disse "chocada".

Condicionar a atribuição de uma ajuda aos estudos à virgindade constitui "uma violação" dos direitos, declarou à AFP.

Nonhlanhla Mokwena também denunciou a discriminação sofrida pelas jovens, já que os homens não passam pela mesma situação.

"As meninas são privadas de sua dignidade e sua integridade. Tiramos delas o direito à educação", estimou, afirmando que "o dinheiro dos contribuintes estava sendo utilizado para ferir a Constituição" da África do Sul.

Inúmeros jovens sul-africanos dependem de auxílios financeiros públicos para estudar na universidade. No ano passado, os estudantes fizeram manifestações por todo o país para pedir o congelamento dos custos de universidade.

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