Faixa de Gaza: criança palestina atingida por bomba de gás é evacuada durante confronto com forças israelenses (Yousef Masoud/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
EFE
Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 06h33.
Nova York — A Unicef revelou neste domingo que, na última década, foram constatados mais de 170 mil casos de violações de direitos humanos de menores em cenários de conflito, e que o número de países em guerra é o maior registrado desde 1989, quando foi aprovada a Convenção sobre os Direitos da Criança.
"Em todo o mundo, os conflitos se prolongam cada vez mais, causam maiores matanças e cobram mais vidas entre os mais jovens", afirmou a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Fore, por meio de comunicado.
"Os ataques contra as crianças não param e os envolvidos desrespeitam uma das regras mais básicas da guerra: garantir a proteção das crianças", completou.
Os 170 mil casos de violação de direitos humanos supõem uma média de 45 por dia nos últimos dez anos. De forma concreta, em 2018, a ONU documentou mais de 24 mil violações, mais do que o dobro do registrado em 2010.
A metade dos casos do ano passado é de mutilação, por uso contínuo e generalizado de ataques aéreos e armas explosivas, como minas terrestres, morteiros, dispositivos explosivos improvisados, entre outros.
Há casos também de assassinatos, violência sexual, sequestro, recrutamento forçado, além de ataques contra escolas e hospitais.
Em 2019, apenas nos seis primeiros meses, foram documentados 10 mil registros de violações de direitos humanos, mas a expectativa é que o número final seja um dos maiores da história, já que muitos conflitos se reaqueceram.
No documento de hoje, a Unicef cobra que todas as facções e grupos envolvidos em guerras, cumpram com as obrigações impostas pelo direito internacional. E cobrou que militares não usem mais infraestrutura civil como alvo, em referência a escolas, hospitais e instalações de água.