Três quartos destes menores vivem na África subsariana (Spencer Platt/Getty Images)
EFE
Publicado em 11 de outubro de 2017 às 06h37.
Nairóbi - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lembrou, nesta quarta-feira, por ocasião do Dia Internacional da Menina, que a cada dez minutos morre no mundo uma menina vítima da violência.
Em 2016, aproximadamente 535 milhões de crianças no mundo todo - uma em cada quatro - viviam em países afetados por conflitos violentos, desastres naturais ou outras emergências, por isso que a Unicef quis destacar hoje os desafios que devem enfrentar milhões de meninas antes, durante e após as crises humanitárias.
Três quartos destes menores vivem na África subsariana.
Em países como o Sudão do Sul ou Somália existem "milhões de meninas que continuam com seus direitos básicos negados": a diretora da Unicef para o leste e sul da África, Leila Pakkala, explica que, por exemplo, "em situações de conflito, as meninas têm 2,5 vezes mais possibilidades de serem retiradas do colégio".
"Em períodos de emergência e crise, a violência sexual afeta desproporcionalmente as meninas, que enfrentam um alto risco de abusos, exploração e tráfico de menores", acrescenta.
No caso do Sudão do Sul, o nível de violência sexual e física contra as meninas se intensificou muito devido por conta da instabilidade do país, razão pela qual a Unicef treinou mais de 350 pessoas sobre como denunciar estas situações, além de criar 16 'espaços seguros' para mulheres e meninas.
Além disso, a instituição enfatiza que a grave seca que afeta a região do Chifre da África afeta especialmente as meninas, que têm "menos recursos, menos mobilidade e mais dificuldade para acessar redes básicas de informação".
Na Etiópia, a Unicef concentrou seus esforços em levar água para mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas pela seca, com o objetivo de reduzir os riscos que as crianças ficam expostas, por caminharem longas distâncias em busca de água.
"Quando as meninas recebem melhores serviços, segurança, educação e habilidades, estão em melhor posição para enfrentar conflitos ou desastres naturais", ressalta o documento, que pede um "investimento focalizado e colaboração" para "capacitar as meninas".