UE: Von der Leyen admitiu que a tarefa "não será fácil, mas nós temos que trabalhar nisso” (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 4 de maio de 2022 às 07h38.
Última atualização em 4 de maio de 2022 às 08h28.
A União Europeia (UE) deseja aplicar um embargo progressivo sobre o petróleo e derivados comprados da Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia, afirmou nesta quarta-feira, 4, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Vamos renunciar progressivamente ao fornecimento russo de petróleo em um período de seis meses e de produtos derivados do petróleo até o fim do ano", afirmou a dirigente aos eurodeputados em Estrasburgo.
A intenção, acrescentou, é que a proibição inclua todo o petróleo russo "transportado por mar e por oleodutos, bruto e refinado".
Von der Leyen admitiu que a tarefa "não será fácil, mas nós temos que trabalhar nisso”. Alguns países membros dependem em grande medida do petróleo russo.
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Além disso, a UE propõe fechar o espaço europeu a "três grandes emissoras estatais russas". "Não permitiremos mais que distribuam seu conteúdo na UE, em qualquer forma, por cabo, através de satélite, na internet ou por aplicativos de smartphones", disse.
As emissoras foram identificadas como "alto-falantes que amplificam as mentiras de (Vladimir) Putin e a propaganda de forma agressiva. Não devemos mais dar a elas um palco para divulgar estas mentiras".
No discurso, Von der Leyen anunciou que a UE pretende que o novo pacote de sanções inclua três bancos russos, incluindo o Sberbank, o maior do país.
Atingir os "bancos de importância sistêmica essencial para o sistema financeiro russo" reforçará o "isolamento total" da Rússia e enfraquecerá sua capacidade de financiar a guerra na Ucrânia, disse a alemã.
Como consequência das sanções da UE, sete instituições financeiras russas já foram excluídas do sistema SWIFT, um mecanismo interbancário de mensagens que permite ordens de transferência e de pagamento internacionais.
Von der Leyen delineou desta forma o sexto pacote de sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia, que inclui uma grande lista de personalidades que seriam sancionadas, incluindo o chefe da Igreja Ortodoxa russa, o patriarca Kirill.
De acordo com os documentos aos quais a AFP teve acesso, Kirill é descrito como um "aliado de longa data do presidente Vladimir Putin e que se tornou um dos principais apoiadores da agressão militar" na Ucrânia. O patriarca Kirill é o principal líder da Igreja Ortodoxa russa, que tem 150 milhões de fiéis no mundo.
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