Mundo

União Europeia debate novas sanções contra a Rússia após demissões por traição na Ucrânia

A guerra, que começou em 24 de fevereiro, não para. Kiev acusou neste fim de semana Moscou de lançar novos ataques em áreas residenciais no leste e sul da Ucrânia

Europa: A União Europeia tem "esperanças" de que um acordo seja alcançado esta semana, disse ele, referindo-se às negociações em andamento entre Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU (AFP/AFP)

Europa: A União Europeia tem "esperanças" de que um acordo seja alcançado esta semana, disse ele, referindo-se às negociações em andamento entre Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 18 de julho de 2022 às 07h22.

A União Europeia debate novas sanções contra a Rússia nesta segunda-feira, 18, pela invasão da Ucrânia, onde o presidente Volodimir Zelensky demitiu sua procuradora-geral e o chefe da agência de segurança nacional sob a acusação de traição.

A guerra, que começou em 24 de fevereiro, não para. Kiev acusou neste fim de semana Moscou de lançar novos ataques em áreas residenciais no leste e sul da Ucrânia.

Os chanceleres da União Europeia (UE) vão avaliar várias propostas nesta segunda-feira em Bruxelas, incluindo uma da Comissão Europeia (braço executivo do bloco), que recomenda a proibição da compra de ouro da Rússia.

"Moscou deve continuar pagando um preço alto por sua agressão", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sexta-feira.  Uma decisão dos ministros das Relações Exteriores não é esperada nesta segunda-feira, antecipou um alto funcionário europeu à AFP.

Ao chegar a Bruxelas para a reunião, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, reiterou seu pedido para que a Rússia desbloqueie os portos ucranianos e permita a exportação de milhões de toneladas de grãos.

A União Europeia tem "esperanças" de que um acordo seja alcançado esta semana, disse ele, referindo-se às negociações em andamento entre Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU. É "uma questão de vida ou morte" (...). "A vida de (...) dezenas de milhares de pessoas depende deste acordo", acrescentou.

LEIA TAMBÉM: Banco Central Europeu sinaliza alta gradual dos juros em julho e setembro

650 possíveis atos de traição

Na Ucrânia, o presidente Zelensky anunciou no domingo a demissão da procuradora-geral Iryna Venediktova e do chefe da agência de segurança nacional Ivan Bakanov. Em uma mensagem à nação, Zelensky disse que cerca de 650 casos de possível traição, ajuda e cumplicidade com a Rússia entre autoridades de segurança ucranianas estão sendo investigados.

Venediktova era responsável pelas investigações sobre as atrocidades cometidas contra civis durante a ocupação russa da cidade de Bucha, nos arredores de Kiev.

Zelensky também falou em seu discurso sobre o poder militar devastador que a Rússia usou contra a Ucrânia, dizendo que as forças russas dispararam mais de 3.000 mísseis de cruzeiro contra alvos na Ucrânia.

Os combates mais intensos continuam se concentrando na bacia industrial e de mineração do Donbass, no leste da Ucrânia.

No domingo, o governador regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, acusou Moscou de bombardear "infraestruturas civis, especialmente instituições educacionais". Vários "grandes bombardeios" também foram registrados em Mykolaiv (sul), perto do Mar Negro, informou o governador regional, Vitaliy Kim.

Em entrevista à BBC transmitida no domingo, o chefe da Marinha britânica, almirante Tony Radakin, estimou que 50.000 soldados russos foram mortos ou feridos desde o início da invasão, e que quase 1.700 tanques russos e cerca de 4.000 veículos blindados de combate foram destruídos.

Radakin estimou que as forças terrestres russas poderiam representar uma ameaça menor agora, mas mais de 20 semanas após a invasão, Moscou disse no sábado que intensificará suas operações militares.
O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, "deu as instruções necessárias para continuar aumentando" a pressão militar, disse o ministério.

No sábado, a operadora de energia nuclear ucraniana acusou as forças russas de implantar lançadores de mísseis na usina nuclear de Zaporizhzhia e usar a instalação para bombardear a região de Dnipro.

O Ministério da Defesa russo disse em seu relatório diário no domingo que destruiu um "armazém de mísseis antinavio Harpoon entregues à Ucrânia pela Otan" na cidade portuária de Odessa.

A Ucrânia negou a alegação, acusando a Rússia de destruir as "instalações de armazenamento" de uma empresa sem vínculos militares.

Enquanto isso, a polícia russa deteve brevemente a jornalista Marina Ovsyannikova no domingo, que interrompeu uma transmissão de televisão ao vivo em março para denunciar a ação militar na Ucrânia, disse a própria repórter.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasRússiaSançõesUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Morte do Papa João Paulo II completa 20 anos

EUA anuncia o envio do segundo porta-aviões ao Oriente Médio em meio à escalada de tensões na região

Israel anuncia que eliminará tarifas sobre produtos importados dos EUA

Senador americano protesta contra política de Trump em discurso que já dura mais de 20 horas