(Alvaro Calvo/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 13h53.
Última atualização em 18 de janeiro de 2021 às 14h06.
O braço executivo da União Europeia pedirá aos estados-membros que estabeleçam uma meta de vacinação de pelo menos 70% da população do bloco até o verão no Hemisfério Norte, de acordo com minuta das novas recomendações de resposta à pandemia que serão divulgadas na terça-feira.
A Comissão Europeia também promete chegar a um acordo com os estados-membros até o fim deste mês sobre um protocolo para certificados de vacinação “que podem ser reconhecidos e usados em sistemas de saúde em toda a UE, e que poderiam ser ampliados globalmente em coordenação com a Organização Mundial da Saúde”, segundo a minuta do documento vista pela Bloomberg.
Esses certificados podem substituir quarentenas e exigências de testes, que comprovariam que a pessoa já não apresenta alto risco em viagens.
O documento preliminar, que ainda está sujeito a alterações até ser formalmente adotado na terça-feira, surge em meio ao aumento dos casos de covid que forçou governos da UE a prolongarem os lockdowns. Também segue a lenta implementação das campanhas de vacinação em todo o continente, que deixaram a UE atrás dos Estados Unidos, Reino Unido e outros países desenvolvidos.
Os líderes da UE buscarão maneiras de reforçarem as campanhas quando realizarem uma videoconferência na quinta-feira, quando as novas propostas da comissão serão apresentadas. Entre as questões mais polêmicas na mesa está o plano de certificados de vacinação que permitiriam a retomada das viagens, pelo menos para pessoas que receberem a vacina.
A ideia, que o documento da comissão parece adotar, reflete a ansiedade de economias dependentes do turismo, como a Grécia, de salvar a temporada de férias do verão europeu. Países como a França, no entanto, relutam em adotar o uso desses certificados por enquanto, porque dariam a impressão de que as vacinas são obrigatórias quando ainda não estão disponíveis para todos devido a restrições de oferta.
“Para garantir um esforço ambicioso de vacinação, metas concretas são essenciais”, afirma o documento da comissão. “Até março de 2021, os estados-membros devem ter vacinado um mínimo de 80% dos profissionais de saúde e de assistência social e pessoas com mais de 80 anos” e, “até o verão de 2021, os estados-membros devem ter vacinado um mínimo de 70% da população adulta”.
As recomendações da comissão, que não são vinculantes para os estados-membros, também incluem o sequenciamento do genoma de pelo menos 5% — e de preferência 10% — de todos os testes de coronavírus positivos para identificar e rastrear novas variantes; ampliação do uso de testes rápidos; desestimular “fortemente” todas as viagens não essenciais para qualquer lugar até que a situação epidemiológica melhore; e substituir proibições de viagens gerais por medidas mais direcionadas.
A comissão também promete “acelerar o processo de aprovação de novas instalações de produção” e ajudar estados-membros a estabelecer centros de vacinação e sistemas eletrônicos de reserva. As propostas refletem preocupações do bloco de que a capacidade atual de produção das vacinas aprovadas é insuficiente.