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União Europeia adia aplicação de tarifas sobre uísque e motos dos EUA

Decisão ocorre após Trump ameaçar taxar vinho e champanhe europeu em 200%

Garrafas de uísque irlandês em loja na Califórnia (Justin Sullivan/AFP)

Garrafas de uísque irlandês em loja na Califórnia (Justin Sullivan/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 20 de março de 2025 às 11h05.

A União Europeia disse nesta quinta-feira, 20, que irá adiar por algumas semanas a aplicação de novas tarifas de importação contra bebidas alcoólicas dos Estados Unidos, como o uísque. Em vez de 1º de abril, elas serão implantadas a partir do meio do mês.

"Isso dará mais tempo para discussões com o governo dos EUA", disse Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia, órgão de comando da UE.

As tarifas anunciadas pelos europeus são uma resposta às taxas impostas pelo presidente Donald Trump, que passou a cobrar 25% sobre importações de aço e alumínio, em 12 de março.

Como retaliação, a União Europeia havia anunciado que aplicaria tarifas proporcionais sobre produtos americanos, a partir de 1º de abril. As medidas afetarão uma longa lista de itens, que somam US$ 28 bilhões de dólares em produtos americanos. O uísque americano, por exemplo, teria a tarifa elevada em 50%.

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Retaliação em fases

A implantação das novas tarifas seria feita em duas fases. A primeira delas, que entraria em vigor em 1º de abril e foi adiada, incluiria uísque, motos e barcos. Esses itens são produzidos, em boa parte, em estados de maioria republicana, onde Trump tem mais apoio.

A segunda onda de tarifas entraria em vigor em 13 de abril, e continua sendo debatida. Propostas iniciais preveem incluir carne, soja, vinho, cerveja, roupas e máquinas de lavar, entre outros itens.

Na semana passada, Trump ameaçou retaliar as taxas europeias e cobrar 200% sobre vinho, champanhe e outras bebidas da Europa. Isso levou líderes de países produtores, como Itália e França, a questionar a reação da UE. O porta-voz do bloco disse que as discussões sobre retaliação buscam ouvir os produtores, para evitar que eles sejam prejudicados.

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