Mundo

Unesco homenageia luta da jovem Malala a favor da educação

A organização aproveitou a luta da paquistanesa para lembrar que as meninas representam a maioria dos menores de idade não escolarizados no mundo


	Malala ficou gravemente ferida no último dia 9 de outubro, quando talibãs detiveram a caminhonete na qual a jovem viajava na volta da escola
 (AFP)

Malala ficou gravemente ferida no último dia 9 de outubro, quando talibãs detiveram a caminhonete na qual a jovem viajava na volta da escola (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 10h26.

Paris - A Unesco prestou nesta segunda-feira uma homenagem à jovem paquistanesa Malala Yusufzai, vítima de um ataque talibã por defender a educação feminina, e aproveitou sua luta para lembrar que as meninas representam a maioria dos menores de idade não escolarizados no mundo.

O ato a favor da jovem ativista reuniu a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova; o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, e o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, entre outras personalidades.

"O brutal ataque contra ela nos lembrou que o direito das meninas à educação continua sendo nosso principal trabalho", indicou Irina, que lembrou que sua formação é "um direito fundamental e também uma alavanca de desenvolvimento".

A diretor-geral da Unesco, que agradeceu a presença de representantes de vários países hoje a Paris para defender essa causa, anunciou a criação do "Fundo Malala para o direito à educação das meninas", ao qual o governo do Paquistão apresentou US$ 10 milhões.

Malala ficou gravemente ferida no último dia 9 de outubro, quando dois milicianos talibãs detiveram a caminhonete na qual a jovem viajava junto com outras 14 jovens, na volta da escola, e abriram fogo contra ela.


A adolescente de 14 anos, que recebeu um tiro na cabeça e foi tratada no Hospital Queen Elizabeth, no Reino Unido, se transformou em um exemplo da oposição ao fundamentalismo no Paquistão e, inclusive, pode ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

O ato de hoje em Paris, segundo anunciou a Unesco ao convocá-lo, segue o exemplo da jovem ao afirmar que "não existe nenhum obstáculo inquebrável que possa pôr impedimentos ao direito de igualdade de gênero e à educação para todos".

"A história de Malala, mas também a de muitas outras, reflete bem o fato de que a violência, o desprezo da dignidade humana e a rejeição da liberdade seguem sendo uma ameaça permanente", destacou o primeiro-ministro francês em seu discurso.

No ato, que coincidiu com a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, Ayrault também exaltou a importância da data.

"Os direitos humanos são universais e, quando violados, todo ser humano tem o dever de se indignar. Não há lugar para o debate filosófico e sociológico", indicou o chefe do Governo francês, deixando claro que "infelizmente o inaceitável não tem limite, mas também não fronteira". 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEducaçãoONUPaquistão

Mais de Mundo

Ucrânia e EUA assinam acordo para exploração de terras raras no país europeu

Cardeais discutem situação financeira da Santa Sé, um dos desafios do novo papa

Trump diz não querer que China sofra com tarifas que impôs ao país

Ucrânia expressa disponibilidade para declarar trégua de até 3 meses