Ernesto Samper: secretário-geral da Unasul: comissão especial que analisou o pedido de impeachment contra Dilma decidiu ontem que há razões jurídicas para dar sequência ao processo (Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2016 às 16h34.
Quito - O secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, afirmou nesta terça-feira que o avanço do processo impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é preocupante para a segurança jurídica do Brasil e da região.
A comissão especial que analisou o pedido de impeachment contra Dilma decidiu ontem que há razões jurídicas para dar sequência ao processo, que agora passa para sua próxima fase, no plenário da Câmara dos Deputados.
"Sem existir até o momento uma prova que a incrimine de maneira pessoal e direta no cometimento de um crime, essa decisão se transforma em um motivo de séria preocupação para a segurança jurídica do Brasil e da região", disse Samper em comunicado.
O secretário-geral da Unasul afirmou que a presidente "só pode ser processada e destituída - revogando o mandato popular que a elegeu - por faltas criminosas nas quais se comprove sua participação dolosa e ativa".
"Aceitar que um líder possa ser afastado de seu cargo por supostas falhas em atos de caráter administrativo levaria à perigosa criminalização do exercício do governo por razões de índole simplesmente política", completou o secretário-geral da Unasul.
A Unasul é formada por Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.