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Um réu é condenado à morte a cada três dias na Índia

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, 1.455 pessoas foram condenadas à morte na última década no país


	Nova Délhi: de acordo com a organização, a pena capital já não é a exceção, mas a regra
 (Meredith Shaw/Flickr)

Nova Délhi: de acordo com a organização, a pena capital já não é a exceção, mas a regra (Meredith Shaw/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 12h40.

Nova Délhi - Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram nesta quinta-feira que 1.455 pessoas foram condenadas à morte na última década na Índia, onde as autoridades retomaram as execuções após oito anos.

Em comunicado, o Centro Asiático para os Direitos Humanos (ACHR) explicou, citando dados oficiais, que 132 pessoas receberam por ano esta sentença nos tribunais indianos entre 2001 e 2011, o que significa uma sentença de morte a cada três dias.

"A doutrina de "rarest of the rare" (o mais extraordinário entre os extraordinários) para aplicar a pena de morte se transformou em rotina. A pena capital já não é a exceção, mas a regra", afirmou Suhas Chakma, diretor de ACHR.

Segundo esta organização, outros milhares de condenados estão no corredor da morte, pois 4.321 réus tiveram a pena capital convertida em prisão perpétua no período mencionado.

Após oito anos de moratória extraoficial, as autoridades indianas executaram dois réus islamitas em apenas três meses. O último, um cidadão da Caxemira ligado a um atentado contra o Parlamento indiano em 2001, foi enforcado no último sábado.

A mudança de tendência aconteceu após a chegada à Presidência de Pranab Mukherjee, que ontem mesmo rejeitou um pedido de clemência para quatro acusados de um atentado em uma mina décadas atrás, que causou a morte de 22 pessoas.

"Este governo executou mais gente desde novembro de 2012 que nos dez anos anteriores. Seguir com esta tendência regressiva seria vergonhoso", criticou hoje G. Ananthapadmanabhan, diretor da Anistia Internacional na Índia. 

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