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Um mandato eterno para Xi Jinping na China

ÀS SETE - Legisladores chineses se reúnem nesta semana para eliminar da constituição o limite de dois mandatos para presidente e vice-presidente

Xi: nesta segunda-feira começa um plenário de três dias do Partido Comunista chinês para discutir alterações na constituição (Thomas Peter/Reuters)

Xi: nesta segunda-feira começa um plenário de três dias do Partido Comunista chinês para discutir alterações na constituição (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 06h59.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 07h10.

A China volta nesta segunda-feira à rotina depois de seu feriado de uma semana pelo Ano Novo Lunar, que marca o início do ano do cachorro, símbolo de fidelidade e constância. Pois nada mais simbólico que justamente nesta data comece um plenário de três dias do Partido Comunista chinês para discutir alterações na constituição.

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O objetivo principal, anunciado neste domingo, é eliminar o limite de dois mandatos para presidente e vice-presidente, uma mudança que, se aprovada, permitiria que Xi Jinping pudesse ser eleito pela terceira vez. Mas a proposta não será apresentada aos legisladores para que a votem até março, quando ocorrerá a sessão anual da Assembleia Popular Nacional (Legislativo).

Nesta sessão também será discutida a proposta do Comitê apresentada em janeiro que consiste em incluir na Constituição o pensamento político de Xi sobre “o socialismo com caraterísticas chinesas em uma nova era”. Se esta proposta for aprovada, as ideias de Xi estariam no mesmo nível que as de históricas figuras do partido, como Mao Tsé-Tung e Deng Xiaoping.

O enaltecimento da figura de Xi foi o principal resultado do Congresso do Partido Comunista realizado em outubro, no qual não foi debatida a extensão do mandato presidencial, mas intuiu-se que o país caminhava nessa direção. Na nova liderança não há uma figura relativamente jovem que possa aparecer como substituto a médio prazo, depois que os dois presidentes anteriores deixaram o cargo após dez anos divididos em dois mandatos.

Em seu discurso de ontem, Xi insistiu sobre a importância da Carta Magna e disse que “nenhuma organização ou indivíduo tem o privilégio de ultrapassar a Constituição ou a lei”.

O novo status de Xi, 64 anos, levou observadores internacionais a afirmarem que a China deu mais um passo para se confirmar como a ditadura de um homem só. Além de modernizar a economia do país com o investimento em novas energias e em tecnologia, Xi iniciou uma ofensiva contra a corrupção no Partido Comunista e tem aumentado cada vez mais o cerco a opositores no país.

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