Presidente dos EUA, Donald Trump, durante entrevista coletiva na Casa Branca (Kevin Lamarque/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 8 de novembro de 2017 às 12h23.
Última atualização em 8 de novembro de 2017 às 12h26.
São Paulo – O dia 9 de novembro de 2016 entrou para a história dos Estados Unidos: foi naquela madrugada que o antes azarão da corrida presidencial mais polêmica dos últimos anos, o magnata Donald Trump, se consolidou como presidente do país.
Um ano depois desse marco e dez meses depois de ele ter assumido o cargo de chefe do país mais poderoso do planeta, o que se vê na gestão Trump é um mar de controvérsias que o consolidaram como o líder mais impopular em décadas. E as pesquisas de opinião que medem a popularidade deixam isso evidente.
De acordo com números do jornal The Washington Post em conjunto com a rede de televisão ABC News, 59% dos americanos desaprova o trabalho de Trump como presidente e apenas 37% aprova. Em outra consulta, conduzida pela rede de notícias CNN, a aceitação é de 36%, enquanto para o Instituto Gallup, a rejeição é de 57% e a aprovação é de 37%.
A pesquisa do WaPo e ABC mostra, ainda, que o rechaço a Trump contamina não só os eleitores do seu partido rival, o Democrata, grupo no qual 88% das pessoas condena a sua gestão, mas também entre os republicanos: se em abril apenas 10% deles reprovava o presidente, hoje esse percentual é de 17%.
Sobre a influência dos EUA no mundo, 53% dos americanos a enxerga como enfraquecida. Já em relação às investigações sobre a influência da Rússia no resultado das eleições 2016, e que vem afetando o alto escalão da campanha de Trump, 58% aprova o trabalho de Robert Mueller, que conduz a averiguação e 51% crê que o presidente não está cooperando.
E tudo isso que os americanos vêm expressando nas pesquisas de opinião parecem estar começando a infectar as urnas. Na noite desta terça-feira, aconteceram no país eleições locais que vinham sendo vistas como termômetros importantes do sentimento dos americanos em relação a gestão Trump. E os resultados, até agora, não estão bons para o atual presidente.
No estado da Virginia, por exemplo, o democrata Ralph Northam se elegeu governador derrotando o republicano Ed Gillespie, candidato de Trump. Em Nova Jersey, o ex-banqueiro democrata Phil Murphy levou a melhor e venceu a republicana Kim Guadagno para suceder a Chris Christie, também republicano.
A resposta das urnas fez crescer a ideia de que uma “onda azul”, em alusão a cor principal do Partido Democrata, estaria se fortalecendo. E isso pode se traduzir em uma ameaça direta a maioria republicana no congresso americano, cujas eleições acontecem em 2018.